A assistente de e-commerce Sherly Batista Lopes, 23 anos, retornava para casa na Avenida Sertório, bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, após um dia de trabalho quando foi surpreendida: a mãe havia sido assassinada. Claudete Weber Batista foi morta na segunda-feira (9) e sepultada nessa terça-feira (10), em São Nicolau, no Noroeste.
— Sempre moramos juntas. Ela era minha melhor amiga, eu contava tudo pra ela. Minha mãe sabia se eu estava bem só de me ver —conta a jovem entre lágrimas.
Para a Polícia Civil, o autor das duas facadas contra Claudete foi o ex-companheiro da vítima, cujo nome não foi divulgado. A cozinheira tinha terminado o relacionamento de 12 anos uma semana antes da morte. Conforme a titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, Tatiana Bastos, o suspeito retornaria à residência no dia do crime para buscar objetos pessoais.
Única filha da cozinheira, Sherly conta que o casal se conheceu por meio de parentes e morava na mesma casa há sete anos. O relacionamento foi encerrado pela cozinheira em uma conversa telefônica.
— Ele não era presente na família, vivia muito emburrado, mas não era agressivo. Na conversa, ela só disse que ele nem precisava voltar — conta.
Mãe faria prato favorito de Sherly
Segundo Sherly, a segunda-feira seguia como um dia normal. Claudete saiu às 6h para ir ao trabalho e voltou às 15h. Ela conversou com a filha por mensagens, trocadas com frequência. Na última, por volta das 17h, a assistente pediu para a mãe fazer um prato que gostava.
No dia do crime, a cozinheira conversou com o genro e, segundo a filha, "estava feliz". Ele ainda teria insistido que a sogra fosse com Sherly ao trabalho e se ofereceu para lhe fazer companhia, mas Claudete disse que não era necessário. Quando foi buscar a mulher no trabalho, o genro avistou o suspeito em um bar. De acordo com a filha, ele ainda tentou se esconder para não ser visto.
— Quando olhei pela janela e vi a panela de pressão quase secando, fiquei muito preocupada. Ao entrar, vi o celular quebrado e minha mãe morta sobre a cama — lamenta.
A delegada pediu a prisão preventiva, mas até a publicação desta reportagem o Judiciário não havia respondido à solicitação.