Mesmo com o reforço de policiamento anunciado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) após a chacina com oito mortos, ocorrida na noite de segunda-feira (20), o prefeito de Viamão afirma que a cidade precisa de ainda mais policiais. Segundo André Pacheco, o reforço de agentes da Polícia Civil e de tropas da Brigada Militar (BM) teria de ser permanente para conter o avanço das disputas entre facções criminosas no município.
— Nós queremos aumentar o efetivo. Nós sabemos que a Polícia Civil tem pouca munição, pouco efetivo, poucas viaturas. A Brigada Militar da mesma forma — criticou o prefeito.
A declaração ocorreu pouco antes de uma reunião no Palácio Piratini entre o prefeito, autoridades locais e o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer. O encontro já estava marcado, antes da chacina, para tratar dos números divulgados pelo Atlas da Violência, divulgado na última sexta-feira (15), que apontou que a cidade é a 21ª com mais homicídios por habitantes do país e a mais violenta do Rio Grande do Sul.
A avaliação do prefeito é de que os prédios das polícias em Viamão foram reformados, não falta estrutura, mas há déficit policiais.
— Nós temos estrutura. Temos a Central de Polícia, o novo Batalhão da Brigada Militar. O que queremos aqui é encorpar mais, ter mais efetivo, armamento e viatura — reforçou o prefeito.
O comandante da BM em Viamão, tenente-coronel José Carlos Pacheco, afirmou que o efetivo atual no município é de menos de 50% do considerado ideal para a extensão territorial e a população.
Questionado sobre as críticas do prefeito, o secretário da Segurança avaliou que a "visão do prefeito é equivocada". Schirmer citou o novo batalhão e informou que 54 novos brigadianos foram destinados à cidade nos últimos dois anos, além de 11 viaturas.
— Não adianta transferirmos a responsabilidade um para o outro. Isso não vai solucionar nem o problema da segurança, nem do Rio Grande do Sul, nem de Viamão — rebateu.
Schirmer aproveitou para afirmar que é necessário um presídio em Viamão. Segundo ele, havia uma tentativa de construção de uma cadeia na cidade, que ele entende ter sido inviabilizada pela prefeitura e comunidade local.