Após seis meses do desaparecimento de Nicolle Brito Castilho da Silva, 20 anos, a Polícia Civil acredita que a motivação para a morte dela seja uma intriga. A jovem foi vista pela última vez na noite de 2 de junho quando saiu de casa e entrou em um carro, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Para a investigação, a garota foi assassinada e o corpo está escondido.
Escutas obtidas com autorização judicial apontam para um apenado do sistema prisional gaúcho, que insiste em áudios para saber o endereço da Nicolle um dia antes do sumiço dela. Segundo o delegado Leonel Baldasso, foi então que ele armou uma cilada para matar a jovem.
Conforme o policial, o preso se comunicava com a namorada e se referia constantemente ao caso da jovem desaparecida. As conversas reforçam que a motivação para o crime seja uma intriga gerada por Nicolle entre duas facções rivais. Essa confusão teria provocado o assassinato do casal Paola dos Santos, 21 anos, e Ricardo Correa Sobrinho, 26 anos, dois dias antes do desaparecimento. Nicolle e Paola eram amigas, assim como Ricardo e o presidiário investigado.
Em setembro, a namorada do homem preso foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento na DP de Cachoeirinha, e negou o envolvimento dele com o caso. O celular dela foi apreendido e 6 mil arquivos foram analisados.
A partir disso, no mês de outubro, a polícia conduziu coercitivamente outras duas pessoas e cumpriu mandados de busca e apreensão. Os celulares desses suspeitos também foram apreendidos e encaminhados para o serviço de inteligência encontrar mais arquivos que possam auxiliar na investigação. Outro aparelho que está sendo analisado foi o encontrado com o presidiário.
Os investigados não estão sendo identificados para não atrapalhar a apuração do caso. O delegado pretende concluir o inquérito até o final deste mês.
No andamento da investigação, a polícia monitorou mais de cem pessoas nas redes sociais de Nicolle. O sigilo telefônico, bem como do Facebook, Whatsapp e aplicativos de transporte foram quebrados para descobrir os últimos passos da jovem. Cada um dos locais identificados foi visitado por agentes da polícia, resultando em um inquérito que já soma mais de 500 folhas.
A garota nasceu em São Paulo, passou a infância em Miami com a mãe e a adolescência em Porto Alegre com o pai. Antes de ir morar no bairro Vale do Sol, em Cachoeirinha, em janeiro deste ano, Nikki, como era conhecida, trabalhou em São Paulo como promotora de eventos e modelo.