Em resposta ao atentado a tiros que deixou dois mortos e 33 feridos no último domingo (22), em Gravataí, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou uma série de medidas para conter os ataques violentos no município.
O titular da SSP, Cezar Schirmer, informou, após uma hora e meia de reunião com o prefeito de Gravataí, Marco Alba, que a cidade não terá, num primeiro momento, o pedido de agentes da Força Nacional para o município feito ao Ministério da Justiça.
— Não vou esperar uma decisão relativa à Força Nacional. Vamos usar os instrumentos que temos em mãos e que só dependem da minha decisão e do governo do Estado — explicou o secretário.
As medidas envolvem transferências do efetivo da Brigada Militar e da Polícia Civil, além de solicitações ao Ministério Público.
Já a partir desta terça-feira (24), o Batalhão de Operações Especiais de Porto Alegre começa a realizar barreiras, operações e abordagens em Gravataí. O helicóptero da Brigada Militar e um micro-ônibus da corporação também serão utilizados nas ações.
A Delegacia de Homicídios de Gravataí receberá reforço dos seis agentes considerados mais "experientes" para auxiliar na investigação do atentado e de outros crimes violentos.
A SSP também investiga lideranças de facções que atuam na cidade para pedir transferência a prisões federais, assim como aconteceu recentemente com a Operação Pulso Firme.
— A lei estabelece critérios muito específicos, mas, no caso de lá, é quem tiver algum envolvimento com o que está acontecendo em Gravataí. Não é de hoje, tem vários episódios recentes, que revelam que está em operação uma guerra entre traficantes — afirma Schirmer.
Apesar de não sair com uma resposta positiva com relação à Força Nacional, o prefeito considerou as ações propostas positivas e com potencial para combater a criminalidade.
— Entendo que as forças do Estado têm condições, sim, de agir, atuar e recuperar o espaço necessário para estancar essa onda de criminalidade — afirma Alba, que ainda prometeu disponibilizar os 240 guardas municipais para atuarem junto com o efetivo estadual.