O avanço na negociação envolvendo a compra do Hospital Viamão pela prefeitura da cidade, junto à Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), causa expectativa não somente entre profissionais da saúde ligados à instituição, mas também para trabalhadores de fora. A prefeitura de Viamão, na Região Metropolitana, formalizou o pedido de compra por R$ 24 milhões no último dia 9 de abril. A proposta foi bem recebida pela FUC e deve ser submetida a uma assembleia interna da fundação.
Uma das ideias do acordo é que o valor da compra seja usado no pagamento dos direitos trabalhistas dos 650 funcionários que serão desligados do hospital. Em recuperação judicial desde novembro do ano passado, a FUC ainda não honrou, porém, a integralidade dos direitos de trabalhadores demitidos recentemente de outros hospitais.
— Por que alguns terão a integralidade (nos pagamentos) e outros não? Seria mais razoável que todos recebam os valores — afirma Júlio Jesien, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Sindisaúde-RS).
Em Porto Alegre, segundo o sindicato, 233 demitidos do Instituto de Cardiologia ainda tem valores parcelados a receber. Em Alvorada, 495 trabalhadores seguem no aguardo de pagamentos. Em Cachoerinha, há outros 400 funcionários do hospital Padre Jeremias na mesma situação.
O acordo da venda do hospital, em razão da recuperação judicial da fundação, dependerá ainda de homologação judicial.
A Fundação Universitária de Cardiologia informou por meio de nota que "recebeu a formalização de proposta de aquisição do Hospital de Viamão por parte do município de Viamão. Essa proposta está sendo avaliada pelas instâncias estatutárias da instituição e qualquer posicionamento a respeito somente poderá ser fornecido após cumpridos todos os ritos legais".