A Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), que administra o Instituto de Cardiologia (IC) da Capital, entrou com pedido de recuperação judicial junto à Vara Regional Empresarial da Comarca de Porto Alegre nesta segunda-feira (20). A medida ocorre em meio a uma crise financeira e, conforme a instituição, tem como objetivo manter seu funcionamento e de suas filiais, garantindo a prestação de serviços médicos à sociedade.
Além do IC, a fundação é responsável pelo Hospital de Alvorada, pelo Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, pelo Instituto de Cardiologia Hospital Viamão, pelo Hospital Regional de Santa Maria e pelo Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal.
Na semana passada, 280 funcionários da filial de Porto Alegre foram demitidos, por conta de uma "estruturação do hospital", que afirmou ter "compromisso de redução de 20% na folha" — ao todo, a FUC possui mais de 4 mil colaboradores.
De acordo com a fundação, o pedido de recuperação judicial refere-se a uma dívida de R$ 233.741.655,19, acumulada no decorrer dos últimos anos por razões estruturais e fatores externos, como a pandemia de covid-19, desequilíbrio nas tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS) e problemas no IPE Saúde.
— A recuperação judicial busca sensibilizar a população e o Judiciário para que compreendam que a Fundação não pode parar. Se isso acontecer, milhares de gaúchos que dependem dos seus serviços serão penalizados. A medida é o único caminho viável para que se tenha tempo de elaborar um plano de ação para conter os problemas financeiros da instituição — destaca Silvio Luciano Santos, do escritório MSC Advogados, que está à frente do processo.
Todos os hospitais seguem abertos e em pleno atendimento, afirma a FUC, sem gerar qualquer prejuízo às cirurgias e consultas agendadas. Os pronto-atendimentos também continuam funcionando.
