Pão crocante, queijo derretido e o cheirinho de “torrado” no ar. Comum e popular entre os brasileiros, o hábito de torrar o pão para comer pode apresentar alguns riscos à saúde, como aponta uma pesquisa realizada na Suécia.
Conforme informações divulgadas pelo jornal O Globo, “tostar” o pão é similiar a reação química chamada de Mailard, que ocorre com temperaturas acima de 120ºC. Durante este processo, a maltose e a glicose — açúcares presentes no pão — reagem com outros aminoácidos, ocasionando mudança de cor do composto e gerando moléculas de sabor e aroma.
Um estudo realizado por cientistas suecos, em 2002, identificou a produção de uma substância tóxica e cancerígena, através do aminoácido asparagina. De acordo com a pesquisa, a reação de Mailard resulta na produção de acrilamida.
Segundo o Instituto Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, a acrilamida é uma substância com potencial cancerígeno confirmado e que atua no sistema nervoso. Utilizada no tratamento de esgotos, resíduos, corantes e adesivos, a substância é classificada como “muito tóxica” pela CAMEO Chemicals (banco de dados americano de fichas de produtos químicos).
Os estudos apontam que a acrilamida pode ocasionar doenças neurodegenerativas, como a demência, por exemplo. Por ser solúvel na água, a substância consegue ultrapassar todos os tecidos do corpo humano, incluindo a placenta, tornando-se um risco para o desenvolvimento dos fetos.
Comer torrada causa câncer?
É comprovado cientificamente que a acrilamida causa câncer. No entanto, os estudos realizados utilizaram níveis superiores aos encontrados “na alimentação humana”. Ao menos é o que destaca a FDA — agência reguladora norte-americana equivalente à Anvisa no Brasil.
A exposição prolongada à substância pode gerar o risco de desenvolver algum problema, seja um câncer ou doença neurodegenerativa. Neste panorama, os especialistas afirmam que sim, é seguro comer um pão torrado. No entanto, é importante evitar que o pão queime.
A acrilamida também está presente em outros alimentos, no entanto a presença de antioxidantes auxilia na prevenção de disseminação da substância.