A Secretaria Estadual da Saúde (SES) fez um encontro nesta quarta-feira (18) com gestores e profissionais da saúde de todas as regiões do Rio Grande do Sul para alinhar as estratégias de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, em 2023.
No evento, foi destacada a necessidade de manter ações de enfrentamento adotadas em 2022, como o reforço de campanhas de conscientização e qualificação dos profissionais da saúde para atendimento de pacientes.
A SES também informou a divulgação do Comunicado de Risco Arboviroses, que será emitido uma vez por semana, com registros da doença, dados ambientais e ocorrência de casos graves e óbitos, para sinalizar as regiões com maior risco para epidemia de dengue e outras arboviroses.
— Se fomos capazes de vencer o pior momento da covid, tenho a esperança de que essa iniciativa de hoje será uma virada de página — disse a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, no evento ocorrido no Auditório da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
O encontro ocorre em um momento de preocupação das autoridades com as doenças originadas do Aedes aegypti. No ano passado, foram 66.779 casos de dengue confirmados, com 66 mortes. Além disso, a análise genômica apontou a circulação de dois sorotipos da dengue – DENV-1 e DENV-2 – em seis municípios gaúchos, fato que aumenta o risco do aparecimento de forma grave da doença.
— Não adianta fazer um mutirão uma vez por ano para resolver o problema, porque a biologia do mosquito não permite isso. Precisamos recorrentemente estar com esse olhar — diz Marcelo Vallandro, diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Segundo Vallandro, entre os pontos que serão trabalhados nos próximos meses estão a intensificação da comunicação de risco em saúde “de forma direta e transparente” para a população, com a apresentação do cenário de risco para a doença e infestação. Também serão mantidas campanhas de prevenção e combate ao Aedes aegypti nas escolas públicas e privadas do Estado.
Estratégia destacadas
Outra estratégia destacada como necessária no cenário é a qualificação dos profissionais. Por isso, no evento também foi lançado um curso de capacitação sobre arboviroses aos profissionais da atenção primária em saúde. A iniciativa é uma parceria da Secretaria de Saúde com o TelessaúdeRS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo o Cevs, 296 municípios têm planos de contingências atualizados. No entanto, conforme Vallandro, a Secretaria Estadual da Saúde entende que é importante que os municípios tenham comitês de enfrentamento à proliferação do mosquito:
— Essa é uma doença que não enfrentamos sozinhos, é responsabilidade de todos. Quando falamos em grandes ações para o combate ao vetor, falamos em mutirões, resíduos sólidos, limpeza urbana. Isso não é só saúde. Os comitês potencializam essas ações.
Na reunião, Vallandro comentou que há possibilidade da ocorrência de uma epidemia da doença no Estado devido ao fato de 91% dos municípios gaúchos terem registrado casos no ano passado.
— Temos uma população suscetível ao vírus. Precisamos ter melhores estratégias de comunicação porque, às vezes, é difícil impactar as pessoas — pontua.