O Hospital Fêmina está com o setor neonatal, de atendimento a recém-nascidos, superlotado neste domingo de Páscoa (17). O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que administra a instituição, pede que grávidas busquem outros hospitais da capital gaúcha.
Na UTI neonatal do Fêmina, há 12 bebês em atendimento para dez vagas. Na unidade intermediária neonatal, para recém-nascidos de menor risco, são 31 internados para 20 leitos. A demanda acima do esperado é de grávidas em trabalho de parto, e não de crianças com sintomas respiratórios, esclarece Francisco Paz, diretor-técnico do GHC.
— Hoje, a população deve evitar procurar o Fêmina pela situação emergencial — diz o diretor-técnico do GHC, frisando que a instituição só pode receber novos pacientes quando houver vagas livres na UTI neonatal, caso algum recém-nascido precise de atendimento urgente.
Hospitais de Porto Alegre vêm registrando aumento de procura de crianças por hospitalização puxada por doenças respiratórias – comuns nesta época e acentuadas pela volta das aulas presenciais. O cenário se soma à redução de leitos pediátricos após o fechamento do setor no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que encerrou o atendimento materno-infantil em 2020.
No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), há 17 crianças internadas para nove leitos neste domingo, quase o dobro da capacidade. Na sexta-feira, eram 14 e, na semana retrasada, 30.
No Hospital da Criança Conceição, cuja emergência estava lotada na sexta-feira (15), a situação melhorou: dos 14 leitos pediátricos, dez estão em uso – cinco para crianças internadas e outras cinco em observação.
O Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas está superlotado: há oito leitos, mas 10 pacientes, enquanto outros 20 aguardam atendimento.
Na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, desde quinta-feira (14) não há mais restrições de atendimento, mas a assessoria de comunicação da instituição afirmou que poderia informar o número de leitos ocupados apenas na segunda-feira (18).
Médicos orientam que pais e mães só procurem as emergências se os filhos apresentarem febre acima de 39 graus por várias horas, falta de apetite ou recusa para comer e indisposição. Falta de ar e respiração ofegante também são sinais importantes de alerta. Para quem puder, o ideal é consultar o pediatra que acompanha a criança antes de ir a um hospital.
Porto Alegre tem ainda quatro pronto-atendimentos na rede pública de saúde que funcionam 24 horas: Cruzeiro do Sul, Bom Jesus e Lomba do Pinheiro.