Em meio a um debate sobre a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil contra o coronavírus, já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas vista com ressalvas pelo Ministério da Saúde, a Pfizer divulgou que prevê a entrega das primeiras doses infantis para janeiro.
O laboratório publicou uma nota na qual diz que “está atuando junto ao governo para definir as etapas do fornecimento das vacinas contra a Covid-19 para imunização da faixa etária de cinco a 11 anos, com estimativa de entregas a partir de janeiro de 2022”.
O texto não especifica quantas doses seriam inicialmente repassadas aos brasileiros ou qual o cronograma das etapas seguintes. O Ministério da Saúde já admite liberar a imunização para esse grupo, mas, seguindo o mesmo tom de manifestações de desconfiança emitidas pelo presidente Jair Bolsonaro, quer impor restrições à aplicação das vacinas entre os mais jovens.
O ministro Marcelo Queiroga declarou na quinta-feira (23) que as estatísticas nacionais de óbitos por covid entre essa faixa etária não justificariam “pressa” na oferta dos imunizantes (pelo menos 301 meninos e meninas com mais de cinco anos morreram desde o começo da pandemia, uma a cada dois dias). Além disso, o ministério pretende exigir prescrição médica e termo de consentimento dos pais para liberar as doses.
Governos estaduais já sinalizaram que não pretendem cobrar apresentação de prescrição para atender as crianças. Especialistas argumentam que as exigências dificultariam o andamento da campanha de imunização principalmente em áreas socialmente vulneráveis com acesso mais dificultado a serviços de saúde.
O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre o assunto, nesta sexta-feira (24), em sua página na internet. O período para contribuições vai até 2 de janeiro. Somente depois desse prazo deverá ser anunciada uma data para o início das aplicações nas crianças.