Da primeira vacina contra a covid-19 aplicada no Brasil, em 17 de janeiro, até agora, já são mais de 126,6 milhões de doses administradas. No país, quatro imunizantes estão autorizados para uso: CoronaVac, Janssen , Oxford/AstraZeneca e Pfizer.
Primeira vacina a ser aplicada no Brasil, a CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan, em parceria com a chinesa Sinovac, já é a segunda mais aplicada no país. Conforme dados do Governo Federal, o imunizante corresponde a 38,8% do total, ficando atrás somente das doses de Oxford/ AstraZeneca, que somam 47,1%. Por ter sido a pioneira, a CoronaVac foi a mais administrada em profissionais da saúde e idosos.
Seu uso emergencial foi aprovado em 17 de janeiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Eficácia
- A eficácia geral anunciada pelo Instituto Butantan, em janeiro, foi de 50,38%. Para casos leves o imunizante tem 78% de eficácia. Já em quadros moderados e graves, é de 100%, quer dizer, nenhum voluntário progrediu para a forma mais severa da covid-19.
- Um estudo recente, encaminhado pelo Butantan à revista científica The Lancet, no entanto, estimou a eficácia global de 62,3% para casos leves, moderados ou graves se o intervalo entre doses for de 21 dias ou mais.
Ação contra variantes
- Sem apresentar dados detalhados, um porta-voz da Sinovac, informou, no final de junho, que o imunizante teve uma redução na proteção contra a variante Delta (identificada na Índia), contudo, isso poderia ser revertido com uma terceira dose de reforço.
- Estudo preliminar brasileiro aponta que a CoronaVac é 71% efetiva contra mortes mesmo entre idosos e em locais em que a variante Gama (P.1) é predominante. Ainda precisando de revisão, a pesquisa também sugere que a efetividade da CoronaVac pode cair entre os idosos com 80 anos ou mais.
Público
- No Brasil, a CoronaVac é aplicada em pessoas acima dos 18 anos.
- É autorizada para uso em gestantes e puérperas.
Faixa etária
- Aplicada a partir dos 18 anos, porém, já estão sendo feitos estudos com crianças e adolescentes de três a 17 anos. No final de junho, um estudo chinês, de fases 1 e 2, revelou que o imunizante se mostrou seguro e induziu resposta imune nesse público.
Interações medicamentosas
- Em bula, o Butantan orienta pessoas que utilizam medicamentos capazes de afetar a resposta imune a conversar com seu médico de referência para avaliar o início da imunização.
Fabricante
- No Brasil, é produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
Tecnologia
- Vírus inativado: como o próprio nome sugere, o vírus é cultivado e inativado em laboratório. Ainda assim, ele consegue gerar resposta imune.
- A tecnologia é a mesma já usada na vacina contra a gripe.
Intervalo entre doses
- Conforme a bula, o esquema de duas doses deve respeitar o intervalo de duas a quatro semanas entre elas. O período usado no Rio Grande do Sul é de 28 dias.
Contraindicações
- Alergia a um dos componentes da vacina.
Efeitos adversos
- A reação mais comum é dor local da aplicação.
Estudos/ alertas
- Conforme o próprio Butantan, o número de casos de covid-19 entre os funcionários do Hospital de Clínicas de São Paulo caiu cerca de 80% após a administração das duas doses do imunizante.
- Em maio, também foram divulgados os resultados do Projeto S, ocorrido em Serrana, no qual toda a população adulta foi vacinada com CoronaVac. Os casos sintomáticos caíram 80%, as internações, 86%, e as mortes, 95%.
- Recentemente, a Pontificia Universidad Católica de Chile fez um estudo que mostrou que o esquema vacinal completo consegue prevenir, com alta eficácia, 97%, dos casos mais graves e que requerem atenção médica. Mesmo assim, os pesquisadores sugerem uma terceira dose de reforço após seis meses. Em relação às novas cepas, eles observaram, in vitro, que a neutralização contra uma variante equivalente a Delta seria reduzida em pelo menos quatro vezes.