Das 10 cidades gaúchas com mais mortes por coronavírus ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) fora de uma unidade de terapia intensiva (UTI) entre janeiro e março, Sapiranga, no Vale do Sinos, lidera com o maior número proporcional de vítimas: 95 mortos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, estão Alvorada e Gravataí. A análise é de GZH sob dados do Ministério da Saúde.
Em nota, a prefeitura de Sapiranga diz que o Hospital Sapiranga é uma entidade filantrópica e que a Secretaria de Saúde pactua convênios para o atendimento da população.
Hoje, há 10 leitos clínicos adquiridos pela prefeitura e mais os leitos de UTI "que se fizerem necessários" com o investimento de R$ 580,2 mil apenas em março deste ano.
"Todo o trabalho é realizado e publicado de maneira fiel aos protocolos estipulados, o atendimento é prestado a todo cidadão sapiranguense e o acompanhamento é realizado de maneira efetiva. Salientamos que, no mês de fevereiro ocorreu um grande salto, de modo que o município, assim como o país, repentinamente teve aumento excessivo na quantidade de atendimentos.
Essa demanda ainda é a atual. No que se refere aos óbitos de cidadãos sapiranguenses, lamentamos imensamente cada um, assim como nos cabe referir que não temos controle sobre a vida humana, e nos empenhamos diariamente para tratar cada paciente e buscar sua recuperação", diz a nota.
A prefeitura de Sapiranga ainda cita que investe na prevenção, com alertas nas redes sociais, na imprensa e em carros de som; no rastreamento de casos, com participação no Projeto Testar e parceria com a Feevale; no acompanhamento de pacientes via ligação telefônica ou WhatsApp; e no tratamento, com a efetivação de um Centro de Referência de Síndromes Gripais.
Em números brutos, sem o ajuste populacional, Porto Alegre é a cidade com mais mortes fora de UTI: 790 pessoas morreram com coronavírus ou SRAG fora de um leito intensivo. No entanto, recebe pacientes do interior, sobretudo em hospitais de referência, como Clínicas e Conceição.
GZH considerou pacientes mortos que foram diagnosticados com coronavírus e somou com aqueles que receberam o diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) não especificada, um indicador seguido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para analisar a pandemia.
Os sintomas de SRAG não especificada analisados foram tosse e febre, desconforto na garganta, desconforto respiratório, dispneia, perda de olfato ou perda de paladar. Os dados foram selecionados com base na data de ocorrência da morte do paciente e seguiram a metodologia da Fiocruz.
Embora nem todos os casos de SRAG não especificada sejam diagnosticados como coronavírus, a Fiocruz entende que essa estatística deve ser levada em conta porque a maior parte dos pacientes com essa classificação recebe, dias depois, resultado positivo para covid-19. O Sars-Cov 2, dizem infectologistas, é o vírus respiratório que mais circula neste momento no Brasil.
* Colaborou Luiz Nonenmacher