O recém-lançado plano estadual de vacinação contra a covid-19 reforça a orientação de que não há, até o momento, tratamento precoce para a doença. O documento, que orienta a imunização nas 497 cidades gaúchas, apresenta a estratégia e os dados estaduais relativos à vacinação contra a covid-19.
“Em um cenário de ausência de tratamento precoce com efetividade cientificamente comprovada, a vacinação é decisiva para diminuir a ocorrência de óbitos, a qual é superior a 400 por semana no RS no presente momento”, aponta o documento, na página 17.
O texto estadual, replicando o plano federal, lembra que, diante da facilidade de transmissão da covid-19, será necessária a vacinação de 70% ou mais da população para eliminar a doença da sociedade. Por conta da falta de doses, até o momento, apenas uma parte dos grupos prioritários está sendo imunizada.
“Desta forma, seria necessária a vacinação de 70% ou mais da população (a depender da efetividade da vacina) para eliminação da doença. Logo devido à redução da disponibilidade das vacinas no mercado mundial, o principal objetivo da vacinação passa a ser a redução da morbidade e mortalidade pela covid-19”, afirma o plano, na página 49.
O plano estadual também recomenda investimento em comunicação “de fácil entendimento, com objetivo de quebrar crenças negativas contra a vacina”. Sem fazer referência direta à atuação de grupos contrários à vacinação, o texto lembra que a imunização, “tem sido alvo de debates no território nacional, que podem gerar insegurança e dúvida na população”.
“Essas informações devem ser abordadas no contato direto entre os profissionais e usuários durante os atendimentos, visitas domiciliares, acessos à Unidade de Saúde, mas também através de estratégias ampliadas, que utilizem recursos de mídias (rádio, jornal, televisão) e redes sociais”, conclui o texto, na página 60.
Distribuição das doses às cidades
O plano estadual também detalha as regras de distribuição das doses para as 18 regiões de Saúde do Estado. Conforme o documento, o repasse de vacinas a cada região atenderá a quatro critérios:
- A quantidade de doses enviadas pelo Ministério da Saúde
- A população-alvo por etapa/grupos prioritários a ser vacinada no Estado;
- A população-alvo por etapa/grupos prioritários a ser vacinada em cada região
- A capacidade de armazenamento e espaço de estoque disponíveis em cada Regional de Saúde.
Até o momento, os grupos prioritários que estão recebendo as primeiras doses da vacina são imunizados ou em seus locais de trabalho ou em suas moradias. É o caso dos trabalhadores da saúde e idosos em asilos.
Quando houver imunizantes suficientes para avançar para outros grupos, os municípios passarão a aplicar as doses nas 1.778 salas de vacinação. O plano estadual recomenda que, quando chegar este momento, sejam instaladas tendas para evitar a aglomeração.
“O tempo de espera para a vacinação deve ser o mínimo possível, em local com ventilação natural, que possibilite o distanciamento de 1,5 metro entre os que aguardam, devendo estes utilizar máscaras. Tendas na parte externa à unidade básica de saúde, estrutura física estratégica da comunidade, ou ainda, a vacinação domiciliar de determinados grupos devem ser avaliadas e implantadas”, diz o texto.
Confira o plano completo
Quem pode se vacinar
Com o número bastante reduzido de doses disponíveis no Brasil neste primeiro momento da fase 1 do Plano Nacional de Imunização (6 milhões em todo o país, 340 mil no RS), a prioridade para receber as doses é dos profissionais da saúde que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus, idosos que vivem em lares de longa permanência ou acima dos 75 anos e indígenas. Ainda não há vacinação aberta em postos de saúde para demais pessoas previstas nos grupos prioritários.