O Ministério da Saúde informou, nesta quinta-feira (21), que as primeiras doses da vacina de Oxford produzidas pelo laboratório Serum, com tecnologia da farmacêutica AstraZeneca, chegam da Índia na sexta-feira (22). Inicialmente, o governo brasileiro iria mandar um avião da Azul para buscar as doses, mas um impasse travou a viagem.
"O Ministério da Saúde informa que as 2 milhões de doses da AstraZeneca devem chegar ao Brasil nesta sexta-feira, 22, no fim da tarde. A carga vinda da Índia será transportada em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos e, após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro", informou o governo federal.
Mais cedo, o chanceler da Índia, Harsh Vardhan Shringla, havia informado à agência Reuters que as exportações da vacina estava liberadas para o Brasil e para o Marrocos, que também havia negociado as doses com o país.
As vacinas desenvolvidas pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford estão sendo fabricadas no Instituto Serum, na Índia, e já receberam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Impasse
Na última quinta-feira (14), quando um avião da Azul estava pronto para buscar 2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pelo laboratório indiano Serum, o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da Índia afirmou que era muito cedo falar sobre exportação de vacinas.
O governo indiano suspendeu o envio das doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização, no fim de semana passado. No início desta semana, enviou carregamentos gratuitos para seis países vizinhos. O Brasil havia sido excluído da lista.
O Ministério da Saúde contava com as doses produzidas na Índia para o início da imunização no Brasil, que começou no domingo (17) com a CoronaVac.
Quem pode se vacinar
Com o número bastante reduzido de doses disponíveis no Brasil neste primeiro momento da fase 1 do Plano Nacional de Imunização (6 milhões em todo o país, 340 mil no RS), a prioridade para receber as doses é dos profissionais da saúde que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus, idosos que vivem em lares de longa permanência ou acima dos 75 anos e indígenas. Ainda não há vacinação aberta em postos de saúde para demais pessoas previstas nos grupos prioritários.