De quarta (26) para quinta-feira (27), cinco novos países anunciaram seus primeiros casos de coronavírus. Na Dinamarca e na Irlanda do Norte, um homem em cada país se infectou após viajar ao norte da Itália. Na Estônia, um homem adquiriu a doença no Irã, o segundo local com mais mortes depois da China. Macedônia e Holanda também passaram a lidar com a doença. Agora, são 46 nações afetadas. As informações são do jornal The Guardian. Após a China, o Irã é o país com mais mortes por coronavírus – até agora, são 22. Em número de casos, o segundo país mais afetado é a Coreia do Sul, com 1.766 casos.
De um dia para outro, surgiram 1.185 casos no mundo, segundo o boletim mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). É o segundo dia seguido com mais casos novos no resto do mundo do que na China. Até agora, são 82.294 pessoas com coronavírus no mundo e 2.804 vítimas fatais, conforme a OMS.
No dia anterior, outros cinco países haviam começado a lidar com o coronavírus: Grécia (viajante que foi à Itália), Romênia (indivíduo que entrou em contato com italiano), Noruega (pessoa que voltou da China), Geórgia (viajante que veio do Irã) e Paquistão.
Apesar do aumento, até dois terços dos casos de coronavírus fora da China ainda não foram detectados, aponta um estudo coordenado pela epidemiologista Sangeeta Bhatia, uma das principais especialistas da equipe de combate à moléstia no Reino Unido. Ela é pesquisadora do Centro de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres, um dos três mais respeitados programas de epidemiologia da Europa.
A prioridade da OMS agora é mapear como o vírus é transmitido por pacientes que não apresentam sintomas. Para entender a doença e determinar corretamente seus riscos, porém, é preciso preencher várias lacunas: a origem do vírus, o mecanismo exato de transmissão e o escopo de sintomas dos infectados.
O coronavírus tem sintomas semelhantes aos de outras gripes, como dor de garganta, tosse e febre – em casos mais graves, pneumonia e problemas para respirar. Raramente é fatal – a mortalidade, até agora, ocorreu em 2,3% dos casos, segundo estudo chinês. Quem está mais vulnerável são idosos e pessoas com comorbidades (problemas de imunidade, fumantes, dificuldades respiratórias).
Europa tem aumento de registros
Na França, o número de casos mais do que dobrou de um dia para outro, atingindo 38 pessoas, anunciou o ministro da Saúde, Olivier Véran.
A Itália, país de origem do coronavírus em vários outros países (incluindo o Brasil), tenta acalmar o mundo, após atingir 17 mortes, cinco a mais do que na quarta-feira. Diante da onda de cancelamentos de viagens, o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, pediu aos turistas estrangeiros, nesta quinta-feira (27), que visitem o país. Ele explicou que o foco do coronavírus está limitado a uma pequena área.
O setor de turismo está à beira do colapso: a taxa de ocupação de hotéis em Milão, o coração econômico do país e que está a cerca de 60 quilômetros do foco principal da doença, caiu para 20%. Nesta época do ano, costuma ser de 85 a 90%, segundo a filial local da associação de hotéis Federalberghi.
— Nossos filhos vão à escola. Se nossos filhos vão à escola, turistas e empresários também podem vir — garantiu Di Maio, em uma coletiva de imprensa em Roma, na sede dos correspondentes estrangeiros.
A Agência Nacional de Turismo da Itália destacou que a OMS não prevê nenhuma restrição de viagens ao país – no entanto, a Itália e a China figuram mundo afora como locais a serem evitados por turistas.
O Brasil, por exemplo, enquadra como caso suspeito de coronavírus o indivíduo com sintomas para a doença e que tenha viajado para 16 países: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia e Vietnã.