Ao anunciar os resultados de 2019 nesta quinta-feira (27), a Marcopolo não mencionou alterações decorrentes do surto de coronavírus. A coluna quis saber mais, e foi informada de que a unidade da indústria de Caxias do Sul na China segue fechada até março, prazo determinado pelo governo local para todas as atividades produtivas.
Conforme a empresa, a falta de produção na planta chinesa não tem impacto nos seus negócios por representar parcela muito pequena da produção global. Por ser verticalizada no Brasil – vai do aço até ônibus completos –, e nos principais países onde tem plantas – Colômbia, México, África do Sul e Austrália –, a montadora de ônibus também não sentiu qualquer impacto de falta de fornecimento de componentes chineses.
Em 2019, a montadora de ônibus alcançou receita líquida recorde de R$ 4,314 bilhões, ante R$ 4,197 bilhões em 2018. O motor da alta foi a demanda do mercado brasileiro, que cresceu 17,6% em relação a 2018. O lucro líquido cresceu 11,1%, alcançando R$ 212 milhões. No acumulado do ano passado, as exportações caíram 25,4%, para R$ 1 bilhão, ante R$ 1,36 bilhão em 2018, afetada por crises nos principais mercados sul-americanos e menores volumes vendidos para a África.
Segundo José Antonio Valiati, CFO e diretor de Relações com Investidores da Marcopolo, apesar do melhor desempenho no ano, 2019 foi marcado por inconstância da demanda.