Vinte e nove países, além da China, têm casos de coronavírus. No Brasil, há um caso positivo para coronavírus, em São Paulo, que passará por contraprova no Instituto Adolfo Lutz antes de ser confirmado oficialmente. O primeiro exame foi feito no Hospital Albert Einstein. Trata-se de um homem de 61 anos, residente na capital paulista. Ele viajou a trabalho à Itália e apresentou sinais e sintomas compatíveis com a suspeita de doença pelo coronavírus, como febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.
O Ministério da Saúde estabeleceu um processo para o atendimento a esse tipo de caso suspeito. Pessoas que apresentem sintomas respiratórios e que tenham viajado nos últimos 14 dias a países com casos de coronavírus devem procurar uma unidade de saúde para avaliação. A partir daí, é deflagrado o protocolo estabelecido pelas autoridades brasileiras para fazer a triagem de casos suspeitos e a confirmação ou descarte da presença do novo vírus.
Conforme Marcelo Vallandro, do Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, as unidades básicas de atendimento estão preparadas para identificar pacientes suspeitos e encaminhar não só o atendimento, mas também iniciar o processo de confirmação da presença do vírus, mediante a coleta de amostras.
O sistema inclui investigar as pessoas com quem o paciente suspeito teve contato, para oferecer orientação.
— Todo o sistema de saúde, nos municípios, nos Estados e na União, está preparado para enfrentar essa situação — afirma Vallandro.
Como é o procedimento
Sintomas e histórico
- Para que uma pessoa seja classificada como suspeita, é necessário que apresente pelo menos dois sintomas associados à síndrome respiratória: febre e mais um segundo sintoma, que pode ser tosse, dificuldade para respirar ou coriza, por exemplo.
- Mas não basta isso. Ela também deve ter passado nos 14 dias anteriores por um dos países onde foram registrados casos da doença ou ter tido contato com pessoas suspeitas de ter o vírus.
- A recomendação para pessoas com essa combinação de fatores é procurar um posto de saúde.
Notificação
- Quando um paciente que preenche os critérios de suspeita é atendido em uma unidade de saúde ou em um posto médico de aeroporto, o profissional responsável pelo atendimento deve notificar imediatamente um serviço de vigilância epidemiológica — seja do município, do Estado ou mesmo da União.
Atendimento
- No primeiro momento, diante de um caso suspeito, o médico deve dar início ao protocolo para coronavírus:
- Casos leves: medicação para sintomas e isolamento em casa.
- Casos graves: medicação e isolamento hospitalar.
- Casos gravíssimos: atendimento em UTI e isolamento hospitalar.
A vigilância
- Quando um caso suspeito é notificado, os serviços de vigilância epidemiológica fazem uma investigação sobre o histórico do paciente antes de chegar ao posto de atendimento.
- O objetivo é saber com quem ele teve contato nos últimos dias e por quanto tempo. Essas pessoas que estiveram em contato com o paciente suspeito são orientadas a tomar cuidados especiais, como usar máscara, higienizar as mãos e evitar lugares com aglomeração de gente.
A verificação do vírus
- No momento do primeiro atendimento, diante de um caso suspeito, o médico já é orientado a fazer uma coleta de amostra das narinas e da cavidade bucal do paciente.
- Essa amostra, no caso gaúcho, é remetida ao Laboratório Central do Estado, em Porto Alegre. O laboratório faz um teste para os principais vírus respiratórios presentes no Rio Grande do Sul, como influenza. Se o resultado é positivo, a suspeita de coronavírus é descartada. O resultado sai em 48 horas. No caso de São Paulo, o primeiro exame foi feito no Hospital Albert Einstein – a contraprova será feita no Instituto Adolfo Lutz.
- Se a amostra dá resultado negativo para os vírus presentes no Estado, é enviada para um laboratório de referência nacional, por via aérea. No caso gaúcho, esse laboratório é o da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
- No centro de referência nacional, a amostra é testada especificamente para o coronavírus. O resultado tem saído em três dias.
A confirmação da doença
- Se um caso vier a ser confirmado, dá-se início a novos procedimentos: todas as pessoas que haviam contatado o doente e estavam sob avaliação devem ser isoladas, para evitar transmissões.