O diabetes atinge cada vez mais brasileiros — dados do Ministério da Saúde indicam que 8,9% da população tem a doença — e o mais comum é o tipo 2, no qual o corpo não processa corretamente a insulina ou não produz insulina suficiente. A doença não tem cura, mas tem controle — com medicação e principalmente com uma alimentação e hábitos de vida saudáveis.
Uma pesquisa da Minds4 Health encomendada pela empresa farmacêutica Sanofi e divulgada nesta terça-feira (25), entrevistou mais de 500 pessoas com a doença, entre homens e mulheres, e constatou que 80% das pessoas entrevistadas acreditam que estão controlando a enfermidade corretamente, mas um quarto delas não segue a dieta recomendada e um terço não pratica exercícios físicos.
Além disso, 13% dos entrevistados admitiram que não vão ao médico regularmente — isso porque acreditam que a medicação, tanto oral como a insulina injetada, e a alimentação correta já são suficientes. A endocrinologista Denise Reis Franco, diretora coordenadora do Departamento de Educação da Associação Diabetes Brasil, alerta sobre a importância do acompanhamento médico.
— Os pacientes devem ser acompanhados regularmente para controlar o nível glicêmico e fazer exames. Na maioria das vezes, os pacientes se consultam com o clínico geral ou cardiologista. O ideal seria um endocrinologista, mas nem sempre essa especialidade está disponível. A diabete é uma doença crônica, tem necessidade de controle por muito tempo, é necessária uma adesão total das terapias. E se você puder associar esse tratamento com uma equipe multiprofissional, sem dúvidas os benefícios serão maiores — explica Denise.
O acompanhamento médico é essencial, assim como manter hábitos de vida saudáveis — o que nem todos os pacientes conseguem cumprir. Na pesquisa, três em cada 10 pacientes disseram que não conseguem seguir o tratamento à risca. A maioria dos entrevistados (60%) alega que a principal barreira está na dieta restritiva, enquanto 21,7% culpam o preço dos alimentos e 5,7%, o preço dos medicamentos. Controlar a ansiedade também é uma questão apontada por 5,6% dos pacientes.
Por outro lado, sete em cada 10 entrevistados disseram ter consciência das consequências de não tratarem corretamente a doença. Denise diz que algumas das complicações mais comuns da diabete, se não for controlada, são a cegueira, insuficiência renal, maiores chances de enfartar e de ter um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. De acordo com a pesquisa, os problemas de visão, como a cegueira, são os mais preocupantes para os entrevistados (42%).
— O importante é destacar que, apesar de não ter cura, hoje a gente tem cada vez mais opções de tratamento. O mais difícil é ter de fazer mudanças e não ter recursos, e hoje a gente tem recursos para controle. São terapias novas, injetáveis e orais, medicamentos acessíveis — finaliza Denise.