Uma nova classificação do diabetes pode inaugurar outra era no tratamento da doença, tornando-o mais personalizado e evitando as suas complicações. Proposta por pesquisadores da Suécia e da Finlândia, a divisão, publicada no periódico The Lancet - Diabetes & Endocrinology, estabelece cinco tipos de diabetes.
Atualmente, a doença tem apenas duas classificações: tipo 1 e tipo 2. O primeiro é uma doença autoimune provocada por uma falha no organismo - que produz pouca ou nenhuma insulina - e começa a aparecer entre a infância e a adolescência. Já o segundo, que afeta 90% da população com a doença, tende a surgir por volta dos 40 anos e é causado em decorrência dos maus hábitos como alimentação desregrada e sedentarismo. No entanto, os pesquisadores entendem que dividir em mais tipos pode individualizar o tratamento e identificar os indivíduos mais predispostos a complicações logo no diagnóstico.
Essa nova categorização sugerida pelos pesquisadores do Lund University Diabetes Centre, da Suécia, e do Institute for Molecular Medicine Finland, da Finlândia, foi feita após uma análise de mais de 14,7 mil pacientes. De acordo com os achados, o diabetes poderia ser classificado da seguinte forma:
Grupo 1 - pessoas jovens com a doença autoimune, como no diabetes tipo 1.
Grupo 2 (diabetes com severa deficiência de insulina, ou SIDD, na sigla em inglês)- indivíduos jovens como no tipo 1, sem problemas relacionados ao peso, mas insuficiência de insulina sem origem autoimune.
Grupo 3 (diabetes com severa resistência à insulina, ou SIRD, da sigla em inglês)- pacientes que apresentam maior resistência à insulina e com risco maior de doença renal.
Grupo 4 (diabetes ligeiramente associada à obesidade, ou MOD, na sigla em inglês) - pessoas com leve diabetes associada à obesidade.
Grupo 5 (diabetes de meia idade, MARD, na sigla em inglês) - indivíduos de meia idade que desenvolvem sintomas mais velhos. A doença tende a ser mais amena.
Tanto a SIDD quanto a SIRD são as formas mais graves da doença e que, atualmente, estão escondidas atrás do tipo 2. A SIDD aumenta o risco de retinopatia diabética - doença que afeta os vasos sanguíneos dos olhos, podendo levar a uma perda parcial ou total da visão. A SIRD, por sua vez, amplia os riscos de complicações renais.
Crescendo em ritmo acelerado em todo o mundo, o diabetes não tem cura, apenas controle. Estima-se que no Brasil há 14,3 milhões de diabéticos, conforme levantamento da International Diabetes Federation publicado em 2015.