A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Farroupilha, na Serra gaúcha, não deve entrar em funcionamento. Diante das dificuldades de financiamento para o serviço, a prefeitura decidiu pedir ao Ministério da Saúde a doação do prédio que está pronto há mais de um ano. A ideia é instalar um centro de especialidades em saúde e um centro de atendimento integral à saúde da mulher e da criança.
A secretária da Saúde, Rosane da Rosa, diz que a decisão é influenciada também pela necessidade de manter os recursos para o Hospital São Carlos, que passa por uma grave crise financeira. Neste ano, a prefeitura repassará mensalmente R$ 1,1 milhão à instituição. A secretária diz que o funcionamento da UPA exigiria cerca de R$ 400 mil por mês dos cofres municipais. O custo de funcionamento é de R$ 700 mil mensais - o restante do recurso partiria do Estado e da União.
— É impossível nesse momento manter os dois serviços. Para abrir a UPA, teríamos de retirar recursos do Hospital São Carlos — explica a secretária.
Outro aspecto é que o local onde fica o centro de especialidades em saúde, no bairro São Luiz, pertence ao INSS. A prefeitura diz que recebeu uma solicitação de devolução do imóvel.
O investimento na construção da UPA foi de cerca de R$ 2 milhões. Conforme a prefeitura, em torno de R$ 1 milhão são recursos municipais e o restante partiu do governo federal. Embora pronta desde dezembro de 2016, a unidade não chegou a ser mobiliada e equipada. A reportagem aguarda retorno do Ministério da Saúde sobre o assunto.
A autorização para a implantação da Unidade ocorreu ainda em 2009. Na época, a intenção da administração municipal era construir um prédio junto ao Hospital São Carlos. Mas a obra não começou até 2012 e, quando o atual prefeito Claiton Gonçalves (PDT) foi eleito. A decisão da nova gestão foi fazer o prédio em um terreno no bairro São Luiz.
Outras mudanças
Caso a prefeitura de Farroupilha confirme a nova utilização do prédio em que seria instalada a UPA, haverá mudanças na forma como o atendimento à mulher e à criança é prestado na rede pública de saúde do município. Pediatras e ginecologistas passariam a atender apenas no centro especializado e não mais nos postos de saúde.