A empresa selecionada para retirar os resíduos pós-enchente de dois terrenos usados como depósitos provisórios em Porto Alegre começou, nesta terça-feira (20), a realizar o transporte do material para Minas do Leão. Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), pelo menos 150 toneladas de entulho foram levadas do depósito da Voluntários da Pátria, no bairro Farrapos, para o aterro já nesta terça.
No local, estão acumuladas 26 mil toneladas de lixo. Pelo contrato, a MCT Transportes tem 45 dias para limpar o terreno.
O serviço também será iniciado na Avenida dos Estados, no bairro Anchieta, onde 12 mil toneladas devem ser retiradas em 30 dias. A estimativa é de que cerca de 70 mil toneladas de entulhos pós-enchente ainda precisem ser removidas da Capital.
— A gente está falando de aproximadamente 38 mil toneladas de resíduos que já começam a sair da nossa cidade. Vamos trabalhar de forma muito intensa — projeta o diretor do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker.
O trabalho voltou a ser feito um mês após a prefeitura suspender o envio do lixo para um aterro em Gravataí. O Ministério Público questionou as condições do local para receber o entulho da enchente e pediu a interrupção. Com isso, o Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal) abriu um edital e credenciou um aterro em Minas do Leão para receber os resíduos.
O valor definido no edital, a ser pago pelos municípios ao aterro, é de R$ 109 por tonelada destinada. Para a empresa de Gravataí, a prefeitura Porto Alegre pagava R$ 104.
Em julho, o prefeito Sebastião Melo chegou a projetar que o custo da destinação até a cidade da Região Carbonífera poderia ser três vezes maior que até a da Região Metropolitana. Entretanto, enquanto os três primeiros contratos com a MCT Transportes tinham custos entre R$ 79,30 e R$ 94,15 por tonelada recolhida, o atual está em R$ 69,55.
Conforme o Secretário Municipal de Parcerias, Jorge Murgas, os valores variam de acordo com o momento do mercado e com as particularidades de cada contratação. O edital coletivo via Granpal também ajudou a reduzir o preço da contratação do próprio aterro.
— Apesar da distância ser maior, nós conseguimos enxugar o custo do transporte. Solicitando menos caminhão, o tempo de viagem, apesar de ser mais longo, a velocidade média da pista, por não ser estrada de chão, ficou melhor. Claro que tem particularidade do mercado. Era um outro momento (quando os primeiros contratos foram firmados) — explica Murgas.
Dos nove terrenos que foram utilizados para descarte do entulho da enchente na Capital, além dos dois que passam por limpeza, quatro foram liberados (veja o resumo abaixo). Apenas o espaço na Avenida Severo Dullius segue em operação, recebendo lixo.
Um outro edital ainda vai selecionar a empresa para retirar os resíduos de outros dois depósitos. A vencedora deverá levar o lixo dos terrenos da Serraria e do Porto Seco até um aterro em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte.
Balanço dos depósitos provisórios
- Sarandi - Rua Sérgio Jungblut Dieterich, 1201, Severo Dullius: em operação
- Serraria - Avenida da Serraria, 2517: aguardando definição da empresa que realizará a limpeza
- Porto Seco (Sambódromo) - Avenida Élvio Antônio Filipetto: aguardando definição da empresa que realizará a limpeza
- Anchieta - Avenida dos Estados, 1763: em processo de limpeza
- Humaitá - Rua Voluntários da Pátria, 1047: em processo de limpeza
- Floresta - Avenida Cairú com a Voluntários da Pátria, 3635: encerrado
- Centro Histórico - Avenida Loureiro da Silva, 104 (próximo ao aeromóvel): encerrado
- Centro Histórico 2 - Avenida Loureiro da Silva, 678 (terreno da Polícia Federal): encerrado
- Navegantes - Rua Voluntários da Pátria, acesso quatro, 314, próximo a Arena do Grêmio: encerrado