Quase três meses após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, Porto Alegre ainda tem quase cem pessoas acolhidas em abrigos improvisados. No auge da crise, a Capital chegou a ter 16 mil pessoas em 195 espaços provisórios, como escolas, ginásios e igrejas.
Segundo a prefeitura, nesta quarta-feira (31) há 98 pessoas em quatro abrigos improvisados, todas aptas a serem encaminhadas ao Centro Humanitário de Acolhimento Vida, na Zona Norte. A estrutura tem gestão do governo do Estado e da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações (OIM).
A prefeitura evita dar prazo para o encerramento das atividades destes últimos quatro abrigos. O maior deles, no bairro Rubem Berta, acolhe 49 pessoas. O menor, no bairro Nonoai, tem 11.
Além delas, a Capital tem outras 157 pessoas em seis abrigos parceiros da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), que não podem ser encaminhadas para o Centro Humanitário de Acolhimento da Zona Norte.
— Teve um aumento da população em situação de rua e há também idosos que não têm autonomia, que o CHA (Centro Humanitário de Acolhimento) não consegue acolher. São pessoas com necessidades especiais, pessoas com enfermidades — explica Lucas Vasconcellos, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre.
O Centro de Acolhimento Vida tem ocupação considerada baixa. Com 850 vagas, o local abriga 304 pessoas, na atualização desta quarta-feira (31). A prefeitura ainda tenta convencer 22 famílias moradoras da região das ilhas, que seguem acampadas às margens da BR-290, a irem para o CHA.
Última família de Canoas
Canoas projeta fechar o último abrigo improvisado nesta semana. A família que ainda está no ginásio da escola CAIC, no bairro Guajuviras, irá para uma residência mediante pagamento de aluguel social.
— É um núcleo familiar que tem 13 cachorros e dois gatos. Então, não conseguimos alojá-los em nenhum dos nossos centros humanitários de acolhimento. Tem uma burocracia, mas nesta semana, certamente, eles estarão sendo transferidos para uma casa — afirma o secretário do Escritório de Resiliência Climática de Canoas, José Fortunati.