O Corpo de Bombeiros precisou retirar novamente de casa os moradores do condomínio Alto São Francisco, no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre, após relato de cheiro de gás no final da tarde desta sexta-feira (5). Agentes da Defesa Civil também estiveram no local.
Os moradores relataram ter sentido cheiro forte de gás vindo da torre 14 na tarde desta sexta e acionaram o Corpo de Bombeiros. Segundo eles, o forte odor estaria vindo dos botijões, e não das tubulações, como aconteceu na madrugada de quinta-feira.
Cerca de 50 minutos após a evacuação, o problema foi resolvido e os moradores puderam voltar para seus apartamentos. De acordo com a vistoria realizada, a Defesa Civil constatou que o motivo para o cheiro foi um alívio do sistema de gás do prédio, que seria um procedimento normal, de liberação da pressão no botijão.
Uma equipe da Consigaz está no local para fazer a substituição do cilindro do edifício 14.
Duas torres estão interditadas — a nove e a 10, onde aconteceu a explosão — e outras quatro estão bloqueadas — a sete, a oito, a 11 e a 12. As bloqueadas podem ser acessadas pelos moradores, desde que com supervisão dos bombeiros e da Defesa Civil.
Na madrugada de quinta-feira (4), uma explosão atingiu uma das torres do condomínio e deixou oito pessoas feridas — seis civis e dois bombeiros —, sendo que duas delas seguem internadas em estado grave, no Hospital Cristo Redentor.
A explosão
Um intenso cheiro de gás se espalhou pela torre 10 do condomínio Alto São Francisco na noite da última quarta-feira (3), levando os moradores a acionarem o Corpo de Bombeiros. De acordo com a corporação, a primeira providência foi realizar o fechamento do sistema de alimentação da central de gás do prédio e, após, o fechamento dos registros dos apartamentos.
Em seguida, os bombeiros passaram a evacuar as pessoas do local. No momento da explosão, os militares estavam nas escadas de acesso realizando a evacuação da edificação, com o objetivo de de retirar os moradores do local de risco.
Os moradores descreveram tremores nos edifícios e chamas nos corredores. Todos foram evacuados e as unidades do condomínio foram imediatamente interditadas. Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio, encaminhando os feridos para atendimento médico.
A principal suspeita é de um vazamento de gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), conforme apontado pelo Corpo de Bombeiros. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) trabalha para identificar as causas do acidente.
— Temos praticamente definido que de fato foi uma explosão devido a um vazamento de gás. Estamos coletando informações e vestígios para chegarmos na causa do vazamento — explicou o chefe da Divisão de Engenharia do Departamento de Criminalística do IGP, Valmor Gomes, na quinta.
Segundo as análises preliminares, o IGP descarta vazamento na tubulação vertical de gás. O que está sendo analisado pelos peritos é um ponto de conexão que dá acesso para a cozinha do apartamento onde houve a explosão.
A torre corre o risco de desabar a qualquer momento. A avaliação foi feita pelo Corpo de Bombeiros, em vistoria conjunta com o Instituto-Geral de Perícias.
A construtora Tenda, responsável pela obra, garantiu que o local onde houve a explosão foi inspecionado e recebia a manutenção, que era de responsabilidade da própria empresa.