Suelen Ramires Ferreira teve seu apartamento danificado com a explosão de um prédio de um condomínio no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre, na madrugada desta quinta-feira (4). Ela estava dormindo, e o filho acordado na sala quando o incidente aconteceu.
— Quando a gente viu, deu uma explosão e começou vidro para tudo que era lado. Ele (o filho) ficou com estilhaço de vidro nos braços, alguns caíram em cima da minha cama, pegou em tudo. Meu apartamento ficou todo avariado — conta.
Os moradores foram orientados a ir para casas de conhecidos ou albergues do município, mas Suelen resiste:
— A gente não vai permitir, porque estamos pagando por ele (o apartamento).
Risco de desabamento
O edifício residencial onde aconteceu a explosão no início da madrugada desta quinta-feira (4) corre risco de desabar a qualquer momento. A avaliação foi feita pelo Corpo de Bombeiros pela manhã, em vistoria conjunta com o Instituto-Geral de Perícias. O prédio fica em um condomínio no bairro Rubem Berta.
A explosão teria sido causada por um vazamento de gás. Ao menos oito pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente. Além de dois moradores, cujos nomes não foram divulgados, que tiveram queimaduras pelo corpo e estão na UTI do Hospital Cristo Redentor, há um bombeiro em observação no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) após sofrer queimaduras no rosto.
Além do risco de desabamento, a perícia visa avaliar se o problema teve origem na tubulação de gás que passa pelo prédio ou em alguma falha no próprio apartamento onde a explosão aconteceu.
Após o acidente, o condomínio, que tem cerca de 200 moradores, foi evacuado. A explosão aconteceu entre as torres 10 e 11, sendo a 10 a afetada mais diretamente e que corre risco de desabar. O conjunto tem 22 torres, segundo os moradores.
Além da torre que corre risco de desabar, as torres do lado e a de trás vão seguir interditadas por pelo menos 24h, mesmo que sem risco de desabamento. Ainda há áreas quentes nesses prédios. Já nas demais os moradores estão retornando aos poucos.