Funcionários que atuam no teleatendimento de diversos serviços da prefeitura de Porto Alegre estão contestando a falta de pagamentos referente ao mês de novembro. Com isso, serviços como o canal de atendimento ao cidadão, pelo 156, e o Samu, pelo 192 e 191 correm o risco de serem afetados.
A função é de responsabilidade da terceirizada Alô Teleatendimento, que possui três contratos com o executivo municipal, sendo um com a Secretaria Municipal de Transparência e Controladoria (SMTC) e dois com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Trabalhadores afirmam que, até agora, o salário integral referente a novembro, previsto para o quinto dia útil do mês, ainda não foi depositado. Já o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro estaria há 20 dias atrasado.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing do Rio Grande do Sul (Sintratel-RS) Crislaine Carneiro, alega que, ao longo de todo o ano, a empresa já vinha remunerando seus funcionários com atraso. Dessa vez, no entanto, o tempo para regularizar a situação tem demorado acima do habitual.
Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira (15) no Tribunal Regional do Trabalho da 4° Região entre o sindicato, a empresa e a prefeitura.
— Já convocamos uma assembleia no dia seguinte (16). Caso não houver uma solução, cogitamos entrar em estado de greve, e se persistir, vamos paralisar as atividades — afirma Carneiro.
GZH fez contato com a Alô Teleatendimento, mas não obteve retorno até a publicação. Foi feita uma ligação para a sede e outras três para a advogada da empresa. Também foram enviadas mensagens por aplicativo. Segundo o sindicato, a empresa justificou aos funcionários que os atrasos salariais se dão em razão da demora dos órgãos contratantes em arcar com os compromissos financeiros.
No entanto, a prefeitura garante que não há problemas no caixa para efetuar os repasses. No caso da SMTC, responsável pelo 156, haveria uma pendência, por parte da empresa, no envio de um dos documentos previstos no contrato. Segundo a pasta, foi dada a previsão de entrega integral dos documentos até o final da semana.
— Por contrato, a cada documentação enviada pela empresa, temos até 30 dias para fazer o repasse. Como esse documento foi enviado apenas no dia 21 de novembro, demorou mais tempo para que isso fosse feito. Mas a responsabilidade de administrar o caixa é deles, não nossa — ressalta Adriana Gambino, coordenadora da Unidade de Relacionamento com a Sociedade da SMTC.
A SMS também alegou atraso nas entregas de documentos. O contrato com a pasta prevê um prazo de 90 dias após o envio da documentação para o repasse das verbas. Por meio da assessoria de imprensa, a pasta afirmou que “o município não apresenta nenhuma dívida com a Alô Teleatendimento, e o que tinha que ser pago já foi feito”. A secretaria não deu detalhes sobre quais documentações estariam pendentes.
A Alô Teleatendimento possui cerca de 200 funcionários atuando na Capital. Além do 156 e do Samu, ela é responsável por atender os serviços como EPTC, DMAE, Defesa Civil, e Vigilância Sanitária.