Parte dos trabalhadores que atuam na segurança do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), o Postão da Cruzeiro, na zona sul de Porto Alegre, não compareceram ao posto na manhã desta quinta-feira (8). Contratados pela empresa terceirizada Serv Seguro, os funcionários que atuam na portaria do local não receberam o pagamento do mês de dezembro e nem a primeira parcela do 13º salário.
A empresa alega que não pagou os funcionários porque o último repasse feito pela prefeitura da Capital foi referente ao serviço de agosto, somando 98 dias de atraso. Em contrato, está previsto o limite de 90 dias para a realização do depósito. Já a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde afirma que o pagamento não foi feito porque “a empresa não entregou a documentação necessária de forma adequada como prevê a legislação”.
Para não deixar o posto sem segurança, a prefeitura deslocou agentes da Guarda Municipal para fiscalizarem o local nesta quinta-feira. No início da noite, a prefeitura informou que o pagamento referente ao mês de outubro deve ser depositado nesta sexta-feira.
A prefeitura reiterou que o posto não ficou sem segurança e que segue trabalhando para atender a população. Ainda na noite de quinta-feira, parte da equipe de segurança voltou ao PACS.
Terceirizada busca solução
O advogado Renan Klein Menchik, que representa a Serv Seguro, diz que até a tarde desta quinta-feira a empresa não havia recebido uma posição específica de quando seria regularizado o pagamento, “razão que torna a situação mais alarmante, pois dificulta na tomada de decisões operacionais para tentar sustentar a situação”, pontua.
Juliana Bonotto, uma das gestoras da Serv Seguro explica que a empresa presta serviços à prefeitura desde 1º de julho. Atualmente, a terceirizada conta com 200 funcionários na folha de pagamento e atua em todos os postos de saúde da Capital, além do Hospital de Pronto Socorro (HPS) e Presidente Vargas. Segundo ela, todos os dias há funcionários faltando, ou apresentando atestado médico, pois estão sem receber.
— Estamos aguardando o repasse, mas só recebemos desculpas. Por último, falaram que iriam pagar amanhã (sexta-feira) de forma extraoficial. Já não conseguimos pagar nem a primeira parcela do décimo nem o salário de dezembro — diz Juliana.
Apreensão no posto
Uma funcionária do PACS, que prefere não ser identificada por medo de represálias, comenta sobre a apreensão dos trabalhadores da segurança por não receberem os salários e também dos servidores que se depararam com o posto sem segurança nesta manhã.
— Sou plantonista há oito anos aqui e hoje é a primeira veza que vejo o PACS sem vigilância. Frequentemente entram baleados. Ficamos sempre alerta porque um grupo rival pode querer terminar o serviço. Já houve um homicídio aqui dentro tempos atrás. Estamos lidando com pacientes inclusive em tratamento de saúde mental — comenta a servidora.