A prefeitura de Porto Alegre recebeu o laudo com os estudos de revitalização das três pontes históricas da Avenida Ipiranga, mas a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) solicitou complementações para a empresa responsável pelos levantamentos. Após os ajustes e a apresentação do projeto, será aberta licitação. Segundo a pasta, dificilmente as obras começarão ainda este ano nas três pontes, que ficam nos cruzamentos com as avenidas da Azenha, Getúlio Vargas e João Pessoa.
O secretário de Obras e Infraestrutura, André Flores, salienta que o prazo para conclusão desse levantamento e da apresentação do projeto vai até setembro. Ele destaca que, apesar da demora, não há risco de desabamento das pontes, que recebem intenso fluxo de trânsito.
— O que eu me preocupei e perguntei aos técnicos é se existe o risco de alguma das estruturas cair antes de a reforma acontecer. Me disseram que é preciso ser feita a revitalização, mas que não há esse risco físico — revela.
Também há grande probabilidade de alguma das três sofrer intervenções apenas a partir de 2023:
— Não acredito que as três pontes comecem a serem restauradas este ano. Vamos licitar para executar as três, mas elas não começarão ao mesmo tempo. Muito provavelmente, não teremos as três iniciando este ano.
Atualmente, os três trechos estão com pichações, marcas de fogo, desgaste e ação do tempo, além de rachaduras. Pessoas em situação de rua se abrigam da chuva e do frio no entorno dessas pontes. Como são estruturas tombadas, classificadas como bem patrimonial, as intervenções serão acompanhadas também pela Secretaria Municipal da Cultura (SMC).
Para a realização dos trabalhos, a prefeitura considera o fato de que as regiões onde estão situadas as pontes são de alta circulação de pessoas e veículos. Por isso, não podem ser todas fechadas ao mesmo tempo.
— Acredito que a reforma começará em uma estrutura de cada vez, justamente pela questão de mobilidade urbana, logística e tráfego. Uma das preocupações dessa gestão é que as obras precisam ser feitas, mas que causem o mínimo de impacto possível — afirma Flores.
Ponte da Azenha
A ponte da Azenha tem significativa importância histórica pela sua localização. Ali havia uma outra passarela, bem mais humilde, por onde os farrapos, liderados pelo general Bento Gonçalves, entraram em Porto Alegre em 20 de setembro de 1835. O episódio deixou o saldo de um morto e quatro feridos, e deu início ao conflito. A Revolução Farroupilha durou uma década.
Outras pontes
Além das três pontes históricas, passarão por reformas mais sete estruturas distribuídas ao longo da Avenida Ipiranga (Borges de Medeiros, Praia de Belas, Santana, Ramiro Barcelos, Vicente da Fontoura, Euclides da Cunha e Barão do Amazonas). Outros dois trechos com pontes duplas, nos cruzamentos com a Rua Silva Só e com a Avenida Erico Verissimo, também serão reformados.