O dia começou sem efeitos aparentes do reforço prometido na coleta de lixo em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Na terça-feira (19), a prefeitura afirmou que colocaria mais quatro caminhões nas ruas, dobrando a capacidade de recolhimento, mas as vias seguiam com contêineres lotados e sacolas espalhadas pelas calçadas na manhã desta quarta (20).
No Parque da Matriz, moradores afirmam que o serviço não é prestado desde que uma operação foi deflagrada e culminou no afastamento do prefeito Miki Breier. A ofensiva investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo o Executivo e empresas que atuavam na limpeza da cidade.
— Há três semanas é isso aqui, contêiner lotado e nenhum caminhão — relatou o coordenador de manutenção Galdino Soria, 49 anos.
Na principal avenida do bairro, a coleta ocorreu de um lado da via, com descartes amontoados no sentido oposto.
Poucos metros depois da casa da professora Angelica Crispim, 43 anos, o lixo acumulado alcançava uma altura de quase um metro acima da tampa do contêiner. A docente vive há duas décadas na região e diz nunca ter visto situação tão insalubre.
— A gente já viu uma ratazana enorme passando, cachorro rasgando sacola e muita, muita mosca — lamentou.
Próximo ao limite com Gravataí, a Vila Vista Alegre tem um cenário semelhante: poucas vias foram atendidas pela coleta. O motorista de aplicativo Anderson Robert, 44 anos, tem guardado o lixo na cesta de uma árvore, junto ao portão da residência.
— Eu tento contribuir não colocando no contêiner, mas faz semanas que ele não é esvaziado — reclamou.
Promessa da prefeitura
Após a desistência da empresa que assumiria o reforço na coleta de lixo em Cachoeirinha, a prefeitura convocou a quarta classificada no chamamento emergencial para o serviço.
Atualmente, quatro caminhões de lixo atuam na cidade. Com o novo contrato, que foi assinado na terça-feira, o Executivo prometeu colocar mais quatro em operação — que é o contingente regular do município.
A expectativa da prefeitura é normalizar a coleta até sexta-feira (22).