Primeiro mês a registrar 100% de ocupação nas UTIs em Porto Alegre desde o começo da pandemia, fevereiro foi o mês com a maior média de mortes diárias por coronavírus na Capital, segundo dados do Colégio Registral do Rio Grande do Sul. A cada dia, cerca de 18 atestados de óbito tiveram a covid-19 como causa da morte, totalizando 500 declarações.
As mortes por covid representaram 28% de todos os atestados de óbitos emitidos na Capital no mês passado. Também é o maior percentual desde os primeiros casos confirmados da doença, há um ano.
Caso siga a tendência, no entanto, março deve ser um mês com quadro ainda mais grave. Somente entre os dias 1º e 5 (até as 14h), foram 164 registros de morte por covid-19, uma média de 33 por dia. É quase o dobro da média de fevereiro.
Antes disso, o mês mais crítico da pandemia tinha sido agosto, com 511 declarações de morte por covid-19 — como o mês tem três dias a mais que fevereiro, a média diária foi menor, 16. Naquele período, os atestados de óbito pela doença representaram 26% de todas as mortes registradas em Porto Alegre.
O número de fevereiro corresponde a 80% a mais do que foi registrado em junho, quando as mortes por covid-19 na capital gaúcha passaram de cem pela primeira vez. Em relação a janeiro, houve um incremento de 21% nos atestados de óbito por coronavírus.
Os dados indicam que, desde junho, pelo menos uma a cada cinco mortes registradas na Capital teve relação com a doença. De lá para cá, em todos os meses, o número de declarações de morte em que constava a covid-19 representou 20% ou mais do total de óbitos registrados.