Além do Viaduto dos Açorianos, que liga a Zona Sul ao Centro Histórico de Porto Alegre e foi interditado recentemente, outras duas estruturas da Capital passarão por obras nos próximos meses: o Viaduto Engenheiro Ildo Meneghetti, na Rua Ramiro Barcellos, e o Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro — que interliga os corredores de ônibus da Terceira Perimetral e da Avenida Protásio Alves.
Em termos de complexidade, as obras não se comparam à reforma prevista para o Açorianos, que necessita de reparos estruturais e ainda depende de uma análise de cerca de 60 dias para estimar custo e prazo das intervenções. No Ildo Meneghetti, a ordem de início das obras foi dada há cerca de 30 dias, com contrato que prevê seis meses de trabalho. A intervenção consiste na “verticalidade” dos guarda-corpos para pedestres nas quatro alças de acesso. O custo é de R$ 459 mil.
Já no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro, as obras serão majoritariamente de pavimentação, mais precisamente nas chapas de concreto, estruturas que são utilizadas no lugar do asfalto quando há fluxo intenso de veículos pesados, como os ônibus que param no local. A obra foi encaminhada para processo licitatório, ainda sem data para ocorrer.
A necessidade das intervenções foi definida após uma série de inspeções realizadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim) a partir de uma reestruturação na parte de vistorias. A otimização fez com que a prefeitura conseguisse elevar de 30% de estruturas vistoriadas anualmente para 100%, conforme determina norma federal.
— O que acontecia é que, até 2018, tínhamos apenas três engenheiros civis com pós-graduação em estrutura que respondiam pelas inspeções. Seguem os mesmos profissionais, porém hoje eles trabalham exclusivamente com vistorias, deixando de fazer outras atribuições — relata o secretário Marcelo Gazen.
Norma determina vistoria anual
Hoje, Porto Alegre conta com 174 “obras de arte especiais”, como são chamadas as estruturas como viadutos, pontes e passarelas. As mais novas da lista são a ponte na Avenida Ipiranga que dá acesso ao Hospital São Lucas, próximo à PUCRS, e as três novas trincheiras, na Ceará, Cristóvão Colombo e Anita Garibaldi.
Conforme a norma NBR 9452, todas as estruturas devem passar por uma vistoria rotineira por ano, que envolve análises da situação das juntas de dilatação, dos aparelhos de apoio, se há armaduras expostas ou corroídas, infiltrações, fissuras e como está o alinhamento vertical e horizontal. Foi o resultado de uma dessas análises preliminares que levou a prefeitura a acender o alerta para a situação do Açorianos, que recebeu, então, uma vistoria especial no seu interior, de uma empresa contratada para este fim.
— Embora a norma técnica determine que essas vistorias especiais ocorram a cada cinco anos, algumas não recebiam essa atenção há mais de 10 anos em Porto Alegre. No caso do Açorianos, será a maior intervenção desde a inauguração, há 47 anos — declara Gazen.
A prefeitura estuda a viabilidade de um “escoramento estrutural” no local, que poderia permitir a circulação ao menos de veículos leves durante a obra. Por ora, o local segue interditado. Conforme a secretaria, “seria otimismo demais” prever o começo das obras do local em menos de cem dias.