Trabalhadores do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família (Imesf) decidiram retomar a greve em postos de saúde de Porto Alegre. A mobilização se inicia na quarta-feira (16), a partir das 8h, e deve se estender por três dias. Conforme o Sindisaúde-RS, sindicato que representa funcionários de casas de saúde do Estado, a estimativa é de que entre 300 e 400 trabalhadores devem aderir ao movimento.
Na semana passada, uma paralisação já havia sido realizada entre quarta (9) e sexta-feira (11). Por causa da greve, 27 unidades de saúde estavam com o atendimento comprometido na sexta — 17 delas nem chegaram a abrir as portas.
Nesta segunda (14) e terça-feira (15), o trabalho foi retomado, mas os funcionários haviam definido que, se não conseguissem diálogo com a prefeitura até esta terça, a mobiliação seria iniciada novamente. Conforme os trabalhadores, um ofício foi entregue ao Executivo, mas não houve retorno sobre uma possível reunião entre as partes.
Logo após o anúncio da nova greve, a prefeitura de Porto Alegre divulgou uma nota dizendo que um encontro com o grupo teria sido marcado para a próxima terça-feira (22). GaúchaZH tenta confirmar com o sindicato se há mudanças na paralisação devido a reunião agendada.
Paralisação
Para esta quarta (16), os trabalhadores preparam uma manifestação. A concentração ocorre no posto Modelo, no bairro Santana, às 8h. Por volta das 10h, o grupo deve sair em caminhada até a prefeitura da Capital, no centro.
— Quem conduz os trabalhadores a esse momento é o prefeito, que não dialoga conosco e não busca meios de reverter a demissão dos funcionários. Sabemos que há solução sem caos. Há várias saídas possíveis, desde que haja vontade política — afirmou o presidente eleito do Sindisaúde, Julio Jesien.
Por volta das 16h, representantes do sindicato irão participar de uma audiência com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, para tratar da extinção do instituto, segundo Jesien.
A prefeitura anunciou em setembro o fechamento do Imesf, que irá provocar a demissão de 1,8 mil profissionais, por causa de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Para evitar os desligamentos, os trabalhadores defendem a criação de uma empresa pública para administrar as unidades de saúde.
GaúchaZH entrou em contato com a prefeitura e aguarda posição.