A nova presidente da Câmara dos Vereadores, Mônica Leal (PP), disse ter ficado "muito impactada" com a reportagem veiculada por GaúchaZH, nesta segunda-feira (7), mostrando pagamento de propina em contratos do extinto Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) de Porto Alegre. Um dos nove indiciados pela Polícia Civil é o ex-diretor-geral do DEP, Tarso Boelter (PP), recém nomeado diretor-geral da Câmara. Boelter já assessorava a bancada do partido na Casa.
— Estou chegando da praia e o que sei é pela reportagem. Já estou pedindo cópia do inquérito. Preciso me inteirar para me manifestar. Mas fiquei impactada com a reportagem — afirmou a vereadora.
Mônica disse que ainda não conversou com Boelter. E ressaltou que, para estar no serviço público, a pessoa precisa apresentar certidões de que não é réu, de que não responde a processo.
— Ele apresentou os documentos. Se tivesse algum problema, nem assessor da bancada poderia ter sido. Agora, vamos analisar. Se está indiciado, mas não é réu, isso não aparece em certidões — disse.
Questionada sobre a questão da moralidade, já que Boelter está indiciado por peculato, corrupção passiva, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa, Mônica explicou:
— A moralidade passa justamente por essa documentação. Não posso julgar. O que estou sabendo é pela matéria. Preciso ter acesso ao inquérito para tomar uma decisão.
A vereadora também explicou que Boelter trilhou o caminho natural como integrante do partido e "ficha limpa", do cargo de assessor da bancada para o de diretor-geral do Legislativo municipal.
Por meio de uma rede social, o vereador Roberto Robaina (PSOL) disse que o "mínimo que a Câmara deve fazer é pedir a demissão do novo diretor. Essa atitude básica deve ser tomada pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre".
Robaina também lembrou que tentou emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar corrupção no DEP, mas teve a proposta rechaçada pela base do prefeito Nelson Martchezan.