Um motociclista esperou quase uma hora para ser atendido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após sofrer um acidente na freeway, na manhã desta segunda-feira (9), em Porto Alegre. A ocorrência foi registrada logo após as 7h, quando o condutor caiu da moto, emplacada em Canoas, e bateu com a cabeça no guard-rail da rodovia, no km 94, nas proximidades da Arena e da saída da Rodovia do Parque, na chegada à Capital.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez os primeiros atendimentos e acionou o Samu, já que o trecho não é mais de responsabilidade da Concepa. No local, a PRF foi informada pelo operador do serviço de urgência de que não havia ambulâncias disponíveis para prestar o atendimento ao motociclista.
A vítima estava consciente, mas ficou aguardando a ambulância no acostamento, deitada no chão com um ferimento na cabeça, sob a chuva e o asfalto molhado. Por volta das 8h, uma ambulância no Samu chegou no local, vinda da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, e prestou o atendimento ao ferido.
O trecho onde foi registrado o acidente era de responsabilidade da Concepa até semana passada, quando teve fim o contrato de concessão. Antes, acidentes e ocorrências registrados na freeway e na BR-290 e BR-116, entre Osório e Guaíba, eram atendidos por ambulâncias e equipe própria da concessionária. O tempo médio de resposta dos atendimentos era de até 12 minutos, segundo levantamento realizado no último mês pela Concepa.
"Conjuntura de fatores" motivou atraso, diz Samu
O coordenador do Samu de Porto Alegre, Marcos Mottin, explica que havia viaturas disponíveis no momento do acidente na freeway, mas em menor número, devido à uma "conjuntura de fatores" que acabou resultando na demora no atendimento.
Segundo Marcos, o chamado para a ocorrência na freeway entrou no sistema do Samu às 7h17min. A base mais próxima ao local do acidente fica na Rua Frederico Mentz, no Bairro Humaitá, mas as equipes estavam fazendo troca de turno. Por isso, foram acionadas as ambulâncias localizadas na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, a cerca de 17 quilômetros do ponto onde o motociclista caiu na freeway. A viatura demorou 55 minutos para fazer o trajeto e iniciar o atendimento ao condutor da moto.
— Nesse caso, foi uma conjuntura de fatores. A chuva, o trânsito intenso, tudo isso pode dar um atraso na chegada. Nós temos um aumento de demandas respiratórias no inverno, com mais atendimentos do Samu, e a prefeitura se preparou pra isso. Os atendimentos na rodovia sobrecarregam mais o sistema, não que a gente não consiga dar conta, mas dependendo da situação, demora mais. Nós vamos prestar o atendimento que precisar — explicou Marcos Mottin.
O coordenador do Samu na Capital também afirma que a prefeitura não foi avisada de que teria que absorver os atendimentos de acidentes médicos nos trechos de Porto Alegre da freeway e BR-290, após a saída da Concepa.
— Fiquei sabendo pela mídia e fiz a comunicação. Nós e o Samu estadual e metropolitano conversamos para delimitar as regiões de atendimento — disse Marcos.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) foi questionado pela reportagem sobre a comunicação com as prefeituras em relação aos atendimentos médicos nas rodovias antes de responsabilidade da Concepa e aguarda um retorno.