A atual gestão pretende reduzir a possibilidade de faltas justificadas pelos servidores de Porto Alegre, mas as ausências sem esclarecimento foram as que mais cresceram nos primeiros cinco meses do ano conforme um levantamento realizado pela Secretaria de Planejamento e Gestão.
O relatório de janeiro a maio mostra um aumento de 82,8% nas faltas sem explicação. Houve 15,2 mil ocorrências envolvendo 1,6 mil servidores. No ano passado, nos primeiros cinco meses, mil funcionários responderam por um total de 8,3 mil faltas. Uma das possibilidades para essa disparada é o clima de insatisfação entre o funcionalismo em relação a projetos da atual gestão que mexem com benefícios da categoria como regimes especiais de trabalho e, para novos contratos, redução de triênios e avanços automáticos.
A greve dos municipários, que poderia provocar uma distorção desses números, só ocorreu em junho e não influenciou no levantamento.
— Quando a administração se apropria das informações e cria novas regras, isso tira as pessoas da zona de conforto. Mas os direitos de cada servidor precisam ser equilibrados com os direitos das outras pessoas — afirma o secretário de Planejamento do município, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, referindo-se a mudanças como o novo regime de trabalho nas escolas municipais, que passaram a funcionar em horários diferentes.
O diretor-geral do Simpa, Alberto Terres, observa que há um descontentamento geral entre os servidores, com mais casos de estresse e problemas de saúde envolvendo as condições de trabalho.
Desde o ano passado, também é mais difícil burlar o controle de ponto. Antigamente, quando alguém faltava, era preciso inserir a informação sobre a ausência no sistema. Depois, esse registro se tornou automático.