O prefeito Nelson Marchezan garantiu, nesta quinta-feira (3) que o Plano Municipal de Superação da Situação de Rua não terá ações de remoção forçada. Ao ser questionado sobre as ações previstas para o Viaduto da Borges de Medeiros, um dos pontos de maior concentração de pessoas em situação de rua em Porto Alegre, o prefeito prometeu que a prefeitura não vai "enxotar" ninguém daquele local. O prefeito também evitou detalhar as metas com as quais a prefeitura trabalha na implementação do projeto, mas disse acreditar que, em dois meses, as ações já sejam perceptíveis.
— Não é um programa que vai conseguir enfrentar todos os casos de situação de rua até o final do ano. Ele vai abordar centenas de pessoas até o final do ano. O que não vamos fazer são ações simbólicas. A gente não vai simplesmente enxotar as pessoas do Viaduto da Borges de Medeiros. A gente vai agir de forma mais ampla, porque ali tem outros problemas — diz o chefe do Executivo durante o Gaúcha +, da Rádio Gaúcha.
O prefeito ainda afirmou que já existe um mapeamento da população de rua e que, de imediato, cerca de cem pessoas serão encaminhadas para as soluções pensadas pelo plano municipal.
— A gente não vai ver um mutirão de servidores da prefeitura na rua, até porque a gente já tem pessoas mapeadas. Em torno de cem pessoas tu já vais de imediato inserir em algum desses encaminhamentos e fazer rodar o programa. Em seguida, tu colocas mais 50, mais 150 — projetou.
Mais cedo, durante anúncio do plano, o prefeito disse que o projeto pode oferecer até 1,5 mil moradias para a população de rua da Capital. As residências do programa, intitulado Moradia Primeiro, serão pagas pela prefeitura de forma temporária e exigirá que os usuários participem de atividades dirigidas pela prefeitura. Também foram anunciadas novas vagas de atendimento em serviços de saúde mental, clínicas e residências terapêuticas.
O plano da prefeitura para a questão das pessoas em situação de rua está estruturado em seis etapas: qualificação da abordagem, programa Moradia Primeiro, ampliação da rede de saúde mental, aumento da oferta de oportunidades de emprego, revitalização do espaço urbano e monitoramento eletrônico da assistência.
Em 2016, um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que o número de pessoas em situação de rua em Porto Alegre tinha subido para 2.115 desde o último censo, de 2008 — um aumento de 75%. Na entrevista, o prefeito afirmou que a prefeitura estima que essa população seja, atualmente, de 2,5 mil a 3,5 mil.