A Justiça ampliou o prazo para que a Cettraliq retire os efluentes contaminados que permanecem nas dependências da companhia, na zona norte da capital. A medida atende recurso da empresa.
A nova decisão determina que a remoção ocorra em 50 dias. No entanto, como o prazo passa a contar desde 5 de setembro, logo após a data em que a empresa foi interditada, os efluentes terão que ser retirados até o dia 23 deste mês.
Quem passa pela região da ponte do Guaíba e do bairro Navegantes, onde está localizada a Cettraliq, ainda sente um cheiro forte, semelhante ao que era registrado na água de Porto Alegre há alguns meses.
Logo após a interdição, a empresa tinha dez dias para fazer a remoção. Uma série de recursos prorrogou o prazo. A multa de R$ 200 mil estipulada por dia de descumprimento do prazo foi mantida.
A Justiça reforçou ainda decisão anterior de que o material contaminado seja destinado a estabelecimento sediado no Rio Grande do Sul ou fora dele que tenha licenciamento ambiental compatível com o tratamento de substâncias com as características dos efluentes.
Segundo o Ministério Público (MP), parte do material era despejado sem tratamento adequado no manancial de captação de água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
"A Promotoria sustenta na inicial que a ação dos demandados ao realizar a descarga de efluentes consistentes em resíduos industriais em quantidade sem o tratamento adequado no manancial de captação de água pelo autor DMAE foi a responsável pelas alterações no odor e gosto da água na Capital".
Em nota, a Cettraliq – Central de Tratamento de Efluentes Líquidos afirma que contratou uma empresa de Santa Catarina para receber e tratar os efluentes que permaneciam armazenados no local em Porto Alegre. Com isso, a empresa dá cumprimento à decisão da Justiça e encaminha o encerramento dos procedimentos de esvaziamento da planta.
A retirada do material começou no dia 16 de novembro, e a estimativa é que o processo leve cerca de 50 dias para ser concluído. Até esta quarta-feira (23), a empresa já havia retirado cerca de 20% dos efluentes da planta.