O Exército negou que militares presos no âmbito de inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado estejam recebendo visitas sem autorização. A declaração ocorre após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, proferida na terça-feira (24) e divulgada nesta quinta (26). O prazo era de 48 horas.
As visitas analisadas envolvem parentes e advogados do general da reserva Mario Fernandes e dos tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra Azevedo e Hélio Ferreira Lima. Todos integravam o quadro de Operações Especiais do Exército Brasileiro, os chamados "kids pretos". Também abrange o general Walter Braga Netto.
De acordo com ofício do Comando Militar do Leste, não há irregularidades nas visitas, que ocorreram conforme as regras militares. De acordo com as informações prestadas, Fernandes recebeu visitação às segundas, quartas e sextas-feiras e aos domingos. As visitas a Braga Netto ocorreram às terças e quintas-feiras e aos domingos.
"Esta divisão de Exército esclarece que não há que se falar em visitação diária por ocasião da custódia do general de brigada Mario Fernandes, tampouco do general de Exército Walter Souza Braga Netto. Neste sentido, salvo outro juízo, não houve desrespeito ao regulamento de visitas estabelecido nesta OM (organização militar)", declarou o Exército.
Pela decisão, os generais responsáveis pelos comandos militares do Leste e do Planalto deveriam, no prazo de 48 horas, enviar ao ministro explicações sobre as visitas.
"Oficia-se ao comandante da 1ª Divisão de Exército, general Eduardo Tavares Martins, ao comandante do Comando Militar do Planalto, general de Divisão Ricardo Piai Carmona, e ao comandante militar do Leste, general de Exército, Kleber Nunes de Vasconcellos, para, no prazo de 48 horas, esclarecerem o desrespeito ao regulamento de visitas, com a autorização para visitas diárias", determinou Moraes.
Em novembro, eles foram presos no Rio de Janeiro e transferidos para Brasília, onde estão detidos nas instalações do Comando Militar do Planalto (CMP).