Em seu último compromisso público no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato de inauguração de obras no complexo viário da Scharlau, em São Leopoldo. A intervenção almeja resolver um dos maiores gargalos rodoviários e de logística do Rio Grande do Sul, no entroncamento da RS-240 com a BR-116, em trecho que liga a Serra e a região dos Vales à Grande Porto Alegre.
A solenidade marcou a entrega de duas novas alças do viaduto e de terceiras faixas nas pistas de acesso. O trabalho começou em abril do ano passado e, de acordo com o Ministério dos Transportes, custou R$ 80 milhões.
Durante o evento, o presidente disse que pretende retornar ao Estado para novas inaugurações em breve:
— Vou voltar aqui para inaugurar mais coisas, porque nós vamos reconstruir esse Estado.
Mais cedo, Lula esteve no ato de entrega de residências do Minha Casa, Minha Vida e na inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). O presidente também concedeu entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha.
A cerimônia em São Leopoldo estava marcada para as 15h30min, mas começou uma hora depois em razão do atraso na agenda presidencial. Lula só discursou às 17h20min.
Sob uma tenda montada em terreno próximo ao viaduto, o presidente repetiu parte da manifestação feita pela manhã em Porto Alegre, justificando a demora na entrega de moradias, e pediu celeridade às prefeituras para repassar dados dos atingidos.
— Faço um apelo aos prefeitos para levantar o nome de quem precisa de dinheiro, de quem perdeu a casa e perdeu as coisas. Nós vamos repor essas perdas — afirmou.
A uma plateia formada por militantes e simpatizantes (alguns com o adesivo do candidato do PT à prefeitura), Lula disse que o povo brasileiro "voltou a comer picanha e tomar cerveja" e prometeu que a economia continuará crescendo.
O presidente ainda celebrou o indicador que mostra que a taxa de desemprego é a menor desde 2014 e ironizou adversários que creditam o resultado à sua sorte.
— O problema do Brasil não é o povo pobre trabalhador. O problema do Brasil são os ricos. Porque se o pobre estiver consumindo, a economia vai para a frente e todo mundo vai viver bem — destacou.
A cerimônia também marcou a inauguração de 15 quilômetros de duplicação da BR-290, que liga a Capital até a Fronteira Oeste.
Discursos
Antes do pronunciamento do presidente, o vice-governador Gabriel Souza discursou em tom conciliatório. Souza afirmou que apesar de divergências pontuais, a relação federativa com o governo federal é de "alto nível" e afirmou que a obra na Scharlau resolve o "pior nó logístico do Estado".
— Sempre que necessário for vamos apresentar demandas, assim como o senhor (Lula) tem liberdade de nos apresentar. Mas tem o dia de pedir e o de agradecer, hoje é de agradecimento — afirmou o vice-governador, que recebeu um abraço de Lula após o discurso.
Ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, fez uma espécie de prestação de contas sobre a ajuda federal ao RS na enchente:
— Tem um ditado popular que diz que a gente conhece os amigos na hora da dificuldade. A mão do presidente Lula esteve estendida desde o primeiro momento.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, e prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), também discursaram.
A cerimônia foi encerrada às 17h50min. O roteiro de Lula indicava a ida imediata à base aérea de Canoas, de onde embarca para São Paulo.