A Comissão de Defesa da Democracia do Senado vai debater a atuação e os impactos da plataforma X (antigo Twitter) no processo democrático do Brasil em uma audiência pública. Na quarta-feira (10), o colegiado aprovou o requerimento para a sessão. A data para a realização da discussão ainda será definida.
As críticas do empresário e dono do X, Elon Musk, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes motivou o pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Na justificativa do requerimento, a parlamentar classificou como "muito grave" as críticas do bilionário ao magistrado.
Nos últimos dias, Musk tem criticado decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de ameaçar descumprir a determinação de Moraes de bloqueio a perfis na plataforma. No X, Elon Musk afirmou que o ministro deveria "renunciar ou sofrer um impeachment", além de se referir a Moraes como "ditador do Brasil" que possui "Lula na coleira".
A senadora ainda disse que nenhuma empresa e nenhum empresário, sobretudo quando instalados em um país estrangeiro, pode se contrapor frontalmente ao Estado democrático.
— Entendendo como muito graves as declarações recentes do empresário Elon Musk, sul-africano radicado nos Estados Unidos, dono majoritário do antigo Twitter (hoje conhecido pela marca X), sugerimos à CDD a realização de uma audiência pública para esclarecer as agressões às autoridades brasileiras constituídas, com a participação de responsáveis pela empresa, especialistas e autoridades — afirmou a Eliziane.
A autora do requerimento também questiona qual seria o papel desempenhado pelas grandes empresas de tecnologia, as big techs, e pelas redes sociais no processo democrático. Segundo a parlamentar, há um "impacto nefasto das chamadas fake news e dos algoritmos, que conformam bolhas de percepção manipulada da realidade e destituídas de qualquer espírito crítico".
Para a senadora, essas novas tecnologias permitem que as máquinas desempenhem atividades e funções humanas em uma escala gigantesca e, muitas vezes, incontrolável.
— A democracia e as nações não podem naufragar diante dessa avalanche tecnológica. A tecnologia deve obedecer a imperativos humanos, não o contrário — opinou.