O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse nesta sexta-feira (15) que o governo não adotará nenhuma providência imediata para reduzir o preço dos alimentos aos consumidores. A declaração foi dada durante entrevista coletiva concedida ao lado de outros ministros, durante a passagem da comitiva do presidente Lula em Porto Alegre.
— Medidas podem ser implementadas, mas por ora nenhuma medida será tomada para não causar nenhum estresse no mercado — disse Fávaro.
O ministro atribuiu a alta no custo da alimentação ao período de entressafra de produtos como o arroz. Segundo ele, o novo Plano Safra, que será lançado pelo governo na metade do ano, trará estímulos à produção de feijão, arroz, trigo e mandioca em diferentes regiões do país.
O custo dos alimentos é considerado uma das causas para a perda de popularidade do governo Lula, demonstrada em pesquisas recentes. Alimentação e bebida formam um dos grupos cujos preços subiram em fevereiro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação geral do mês passado foi de 0,83%.
Na quinta-feira, Lula chamou Fávaro e outros ministros para uma reunião no Palácio do Planalto, a fim de discutir formas de reduzir os preços dos alimentos.
Responsável pela comunicação do governo, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), ponderou que o primeiro ano de governo foi para "colocar a casa em ordem", e que em 2024 começará a "colheita".
A aposta do Planalto é de que a entrega de obras do PAC e o impacto de programas lançados ao longo do ano passado melhorem a imagem da gestão de Lula.
— Na medida que a vida das pessoas for mudando, a percepção e a avaliação do governo vai crescendo. É algo tranquilo no nosso planejamento, nenhuma surpresa — disse Pimenta.