Em julho de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro disse a ministros de seu governo que as eleições que aconteceriam três meses depois seriam fraudadas para dar a vitória ao seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro afirmou que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), citando nominalmente Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, não eram dignos de confiança e que ele só chegou ao cargo por um erro do sistema que o impediria de reeleger-se.
— Essa cadeira aqui é uma cagada, estar comigo é uma cagada. E vou explicar a cagada. Não vai ter outra cagada dessa no Brasil, cagada do bem, pra deixar bem claro. Como é que eu ganho uma eleição? Um fodido como eu — afirmou, em fala registrada em vídeo que veio a público nesta sexta-feira (9).
As imagens estavam armazenadas em um computador apreendido pela Polícia Federal na casa do tenente-coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência na gestão de Bolsonaro. A reunião é considerada prova na investigação sobre um suposto plano para um golpe de Estado que impediria a eleição de Lula. Citado na decisão que autorizou a Operação Tempus Veritatis, na quinta-feira (8), o vídeo foi tornado público pelo Supremo Tribunal Federal nesta sexta.
Como Bolsonaro projetava na reunião, Lula foi eleito. Mas as fraudes que ele dizia serem flagrantes nunca foram comprovadas.