O governo nomeou novos superintendentes regionais da Polícia Federal (PF) em 18 Estados. Também foram dispensados os superintendentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 26 unidades da Federação. Os atos de nomeação e de dispensa foram publicados em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com data de quarta-feira (18).
De acordo com a PRF, ainda não há previsão de indicação dos nomes que vão assumir as superintendências estaduais na corporação em substituição aos exonerados. Por enquanto, a corporação nos Estados segue sob gestão de superintendentes substitutos.
A saída de ocupantes de cargos de confiança é um ato rotineiro quando há mudança de governo. A publicação no DOU não expõe motivos para as dispensas, nem coloca sob suspeita a conduta dos chefes regionais da corporação. A preocupação do Palácio do Planalto reside no alinhamento de antigos gestores da PRF ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos bastidores da corporação, ganha intensidade a especulação sobre os quadros que deverão ser escolhidos para conduzir a instituição nos Estados e no Distrito Federal. Existe preocupação com relação à eventual escalação de nomes ligados ao ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, que se aposentou no final de dezembro sob fogo cerrado do Ministério Público Federal (MPF), acusado de ter usado o poder e a influência do cargo para fazer campanha do então presidente Bolsonaro nas eleições.
Durante boa parte do governo anterior, a PRF foi alvo de questionamentos e polêmicas, inclusive em meio às eleições, quando setores da corporação foram cobrados por suposta leniência na ação para destravar bloqueios de rodovias.
Na gestão Bolsonaro, a PRF e também a PF - ambas instituições sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça - foram constantemente colocadas sob suspeita de aparelhamento e interferência do então presidente.
Um momento especialmente sensível para a corporação foram as eleições. No segundo turno, a PRF realizou operações em todo o país sob alegação de barrar o transporte irregular de eleitores, mesmo contrariando decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a PRF viveu forte pressão do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público, que impuseram medidas rigorosas contra o caos nas principais rodovias do país, travadas por bloqueios de grupos bolsonaristas.
Ambos os casos colocaram Vasques, na mira do MPF e da própria PF - ele é investigado por prevaricação e é alvo de uma ação de improbidade administrativa. Outros episódios marcaram a PRF em 2022. Como em Sergipe, no caso Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado e morto em um camburão transformado em câmara de gás.
O Rio Grande do Sul não é um dos Estados na lista de trocas da Polícia Federal. A PF gaúcha é chefiada pelo delegado Aldronei Antonio Pacheco Rodrigues.
As dispensas na PRF abrangem quase todo o país. Apenas no Piauí a chefia foi mantida.
No Rio Grande do Sul, deixa o cargo, segundo a publicação, Robson de Oliveira Souza. Não há indicação de substituto.
Confira os novos superintendentes regionais da PF nomeados:
- Rio Grande do Norte, Larissa Freitas Carlos Perdigão;
- Mato Grosso do Sul, Agnaldo Mendonça Alves;
- Rondônia, Larissa Magalhães Nascimento;
- Santa Catarina, Aletea Vega Marona Kunde;
- Rio de Janeiro, Leandro Almada da Costa;
- Goiás, Marcela Rodrigues de Siqueira Vicente;
- Sergipe, Aline Marchesini Pinto;
- Pernambuco, Antonio de Pádua Vieira Cavalcanti;
- Maranhão, Sandro Rogério Jansen Castro;
- Mato Grosso, Lígia Neves Azis Lucindo;
- Tocantins, Reginaldo Donizetti Gallan Batista;
- Paraíba, Christiane Correa Machado;
- Alagoas, Luciana Paiva Barbosa;
- São Paulo, Rogério Giampaoli;
- Paraná, Rivaldo Venancio;
- Pará, José Roberto Peres;
- Amazonas, Umberto Ramos Rodrigues;
- Minas Gerais, Tatiana Alves Torres.