Dezessete dias depois dos ataques contra as sedes dos três poderes em Brasília, o delegado federal Sandro Avelar foi confirmado como novo secretário da Segurança do Distrito Federal. Avelar já chefiou a Segurança do DF entre 2011 e 2014, na gestão Agnelo Queiroz (PT).
O anúncio foi realizado pela governadora em exercício, Celina Leão, na tarde dessa quarta-feira (25), no Palácio do Buriti, em Brasília. O novo secretário assumirá oficialmente em 1 de fevereiro, mas já começará a trabalhar junto ao interventor da Segurança no Distrito Federal, Ricardo Cappelli.
— Estou aqui para contribuir com a pacificação. Acho que fui escolhido pelo meu perfil técnico e porque conheço as polícias. Confio absolutamente nas forças de segurança do Distrito Federal — disse Avelar.
Na oportunidade, Celina disse que o objetivo é trazer estabilidade para a Segurança Pública e evitar a repetição do 8 de janeiro. Após os atos antidemocráticos e as invasões, a segurança do Distrito Federal entrou em intervenção federal. Anderson Torres, ex-titular da Pasta, foi preso.
Para a posse de deputados e senadores no próximo dia 1º, o interventor elaborou um plano de segurança para o entorno da Praça dos Três Poderes.
— Confiamos no plano elaborado pela intervenção, que colocaremos em prática para que os atos do dia 8 nunca se repitam. O DF vai agir de forma colaborativa e preventiva.
O interventor Ricardo Cappelli também poderá entregar nesta quinta-feira (26) ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relatório com as conclusões obtidas desde que iniciou a intervenção. A expectativa era de que o documento fosse entregue nessa quarta, mas a equipe ainda está fazendo a revisão do texto.
O documento, que faz uma reconstituição dos fatos, apresenta os erros e omissões na segurança em Brasília no dia 8 de janeiro, quando foram depredados os prédios do Supremo, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. A Polícia Militar do DF tinha pequeno efetivo no domingo.
O Batalhão da Guarda Presidencial, do Comando Militar Planalto, diferentemente de outras manifestações, não fez a segurança prévia do palácio. A atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também responsável pela proteção ao Palácio do Planalto, é alvo de apontamentos do interventor.
No último dia 10, o interventor exonerou os nomeados por Anderson Torres que ocupavam cargos na Secretaria da Segurança Pública. Além disso, perderam os cargos comandantes da Polícia Militar que tinha atribuições operacional no dia 8.