O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), será apreciado pelo conselho de administração da estatal nesta quinta-feira (26). A nomeação de Prates recebeu o aval do comitê responsável por analisar indicações para a cúpula da estatal na terça-feira (24).
Esse é o último passo do processo interno de avaliação, que foi abreviado para que Prates assuma a presidência da estatal mesmo sem a convocação de uma assembleia geral de acionistas. Até abril, o restante da diretoria deverá estar formada, além de definida a nova composição do conselho de administração. O processo interno de avaliação do nome levou quase 15 dias.
Conforme antecipou a colunista de GZH Marta Sfredo, a posse sem assembleia geral foi possível porque o antecessor eleito de Prates, Caio Paes de Andrade, renunciou à presidência da estatal para assumir a Secretaria de Gestão no governo do Estado de São Paulo.
Assim, o conselho de administração deve aprovar a indicação e aprovar o presidente entre os conselheiros atuais. Em abril, a assembleia geral vai definir a nova composição do governo e a nova diretoria. A nomeação para o conselho tem efeito até a essa deliberação.
Nesse período, Prates conversou com os integrantes do conselho, que hoje tem maioria de indicados do governo anterior (cinco). Ainda há quatro integrantes nomeados por acionistas minoritários e um que representa os funcionários. Mesmo assim, teria garantido a maioria dos votos. Sem alteração do conselho, será difícil rever a política de reajustes da estatal, a Paridade de Preços de Importação (PPI), um dos objetivos de Prates no cargo.
A data da posse ainda não está definida porque o mandato de Prates no Senado ainda não terminou, mas ele já deve começar a anunciar nomes para a diretoria ainda nesta semana. A antecipação serve para que os indicados sejam avaliados pelo comitê interno.
Até o momento, há pelo menos dois nomes cotados. O economista William Nozaki, do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; e Maurício Tolmasquim, que comandou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) em gestões petistas. Ambos participaram da equipe de transição.
Quem é Jean Paul Prates
Jean Paul Prates tem 54 anos, é advogado e economista. Tem mais de 30 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 1980.
No início da década de 1990 fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo. Em 1997, participou da elaboração da Lei do Petróleo e também foi o redator do Contrato de Concessão oficial brasileiro e do Decreto dos Royalties. No Rio Grande do Norte, em 2001, iniciou um plano energético para o Estado, com fontes renováveis e a revitalização do setor de petróleo.
Assumiu em 2007 a Secretaria de Estado de Energia do RN e viabilizou mais de 10 bilhões de investimentos para o Estado. Em 2014, foi eleito suplente da então senadora Fátima Bezerra (PT), assumindo em janeiro de 2019 a cadeira de senador após a eleição de Fátima para o governo do Estado. Durante seu mandato, Prates foi autor e relator de marcos legais envolvendo a transição energética e práticas sustentáveis, combustíveis, educação digital, mobilidade urbana e infraestrutura ferroviária.
Aumento da gasolina
A apreciação de Prates à presidência da Petrobras ocorre no mesmo dia em que passa a vigorar o novo reajuste no preço da gasolina. Desde esta quarta-feira, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro – um aumento de R$ 0,23 por litro.
A Petrobras estava há 50 dias sem alterar o preço da gasolina. A última mudança havia ocorrido em dezembro de 2022, quando houve redução de 6,1% no valor do combustível.