O terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 37 ministérios. Os nomes dos titulares foram divulgados ao longo do mês de dezembro, sendo que a última leva foi revelada na quinta-feira (29).
Os primeiros nomes foram anunciados em entrevista coletiva no dia 9, em frente ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Entre os indicados na primeira leva, Flávio Dino assumirá a pasta da Justiça, Fernando Haddad comandará o futuro Ministério da Fazenda, José Múcio Monteiro comandará o Ministério da Defesa, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), será o ministro-chefe da Casa Civil, e o embaixador do Brasil na Croácia, Mauro Vieira, será o ministro das Relações Exteriores.
Treze dias depois, no dia 22, Lula anunciou outros 16 novos ministros que passarão a ocupar a Esplanada em 2023. As indicações foram divulgadas no evento que marcou a entrega do relatório final dos 32 grupos de trabalho do governo de transição, também no CCBB.
Veja os indicados e as pastas que comandarão
Flávio Dino — Justiça
Elogiado tecnicamente pelos pares, Flávio Dino foi um dos primeiros nomes a surgir como praticamente unanimidade para comandar um dos prédios da Esplanada dos Ministérios em Brasília. Nos últimos dias, já era tratado como ministro informalmente por jornalistas e demais membros do governo de transição. No relatório da equipe de transição da qual faz parte, Dino indicou que deve revogar o decreto que flexibilizou o uso de armas e recomendar que se passe um pente fino nos clubes de tiros do país, abertos com frequência maior durante o governo de Jair Bolsonaro do que em anos anteriores.
O ex-governador também já havia adiantado que o ministério deverá criar uma diretoria específica para que a Polícia Federal passe a tratar de crimes cibernéticos com mais propriedade. A pasta deve criar ainda uma secretaria para combater crimes ambientais.
Sobre economia, adiantou que o relatório setorial vai propor a revogação do decreto 11.150 de Jair Bolsonaro (PL) que estipula o "mínimo existencial" de 25% do salário mínimo, uma quantia atualmente de R$ 30. De acordo com o futuro ministro, essa referência "matou" a lei de Superendividamento e que é incongruente com o Auxílio Brasil de R$ 600.
Logo após ser anunciado como titular da pasta, no dia 9 de dezembro, afirmou ter proposto ao presidente eleito o nome do delegado gaúcho Andrei Rodrigues para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Fernando Haddad — Fazenda
Um dos nomes tidos como favoritos para assumir um posto no novo governo desde o início da transição, Fernando Haddad foi confirmado como ministro da Fazenda pelo presidente eleito também no dia 9. Apesar de derrotado na corrida ao Palácio dos Bandeirantes em São Paulo no pleito deste ano, Haddad obteve a maior votação do partido em solo paulista desde a redemocratização, o que embalou a eleição de Lula e praticamente carimbou o passaporte do aliado para a Esplanada dos Ministérios.
O nome do ex-prefeito ganhou ainda mais força após ele acompanhar Lula em viagem à Conferência do Clima (COP-27) no Egito e a Portugal. Para reduzir resistências do mercado ao seu nome, Haddad voltou a circular entre agentes do setor, de olho no comando da Fazenda. Mais recentemente, ele substituiu Lula em evento da Febraban e, a pedido do presidente eleito, passou a acompanhar a equipe econômica da transição. Na quarta-feira (7), esteve reunido com representantes do Banco Mundial (Bird) e, na quinta (8), com Paulo Guedes no Ministério da Economia, que retornará ao seu antigo nome e terá os seus "super poderes" diluídos.
José Múcio Monteiro — Defesa
Cortejado por Bolsonaro, bem visto pelos militares, amigo de Lula e ex-defensor de Roberto Jefferson, José Múcio Monteiro não é um "esquerdista raiz" e é reconhecido em Brasília por sua habilidade em transitar em todos os polos da política nacional. Um perfil adequado, na avaliação tanto do entorno do presidente eleito quanto na caserna, para pacificar a relação entre o grupo político do PT e as Forças Armadas.
O novo ministro da Defesa iniciou sua carreira política inclusive à direita, com três mandatos como deputado federal pelo antigo PFL, antes de migrar para o PTB e obter mais duas reconduções à Câmara Federal. Foi pelo partido de Roberto Jefferson — a quem defendeu, na posição de líder do partido, durante o caso do Mensalão — que Monteiro foi alçado à posição de líder do governo petista na Casa.
O favoritismo do pernambucano para assumir a pasta aumentou ao longo do mês de novembro, devido à resistência de setores das Forças Armadas a um nome petista, como o senador Jaques Wagner, ex-ministro da área no governo Dilma Rousseff e até então o preferido de Lula. Também chegaram a ser considerados para o cargo os ex-ministros da Pasta Nelson Jobim, e Celso Amorim, além do coordenador técnico da transição, Aloizio Mercadante.
Rui Costa — Casa Civil
A articulação para levar o governador da Bahia, Rui Costa (PT) à Esplanada dos Ministérios foi feita pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), amigo pessoal do presidente eleito e padrinho político do governador da Bahia.
Homem da confiança de Lula, Rui Costa, porém, é visto com reservas no PT por sua postura "pouco à esquerda", na avaliação de filiados, e favorável a discutir privatizações. A expectativa é de que ele assuma uma postura essencialmente "gerencial" no Ministério responsável por acompanhar os projetos do governo.
O partido tem uma espécie de "dívida" com Rui Costa, que abriu mão de disputar o Senado para manter a aliança com o PSD na Bahia. Após dois mandatos, Costa lançou o afilhado político Jerônimo Rodrigues para concorrer ao governo e apoiou a reeleição de Otto Alencar ao Senado. Os dois saíram vitoriosos.
Mauro Vieira — Relações Exteriores
Apesar de o corpo diplomático estar satisfeito com o fato de o presidente eleito ter escolhido um profissional de carreira, a indicação de Vieira não agrada a todos os servidores do Itamaraty.
Vieira foi chanceler durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e é muito próximo de um de seus antecessores, Celso Amorim, um dos conselheiros mais próximos de Lula na política internacional. Esta proximidade incomoda diplomatas, pois temem que o novo ministro seja apenas um "fantoche" no cargo.
Margareth Menezes — Cultura
A cantora baiana Margareth Menezes, 60 anos, tem 35 anos de carreira e é considerada a principal representante do afropop brasileiro. Sua presença forte e discursos racial e feminista enfáticos já renderam 17 obras lançadas, entre LPs, CDs e DVDs, quatro indicações ao Grammy e 23 turnês internacionais.
Em 2020, foi nomeada embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/Unesco. Além disso, em 2021, passou a integrar a lista das cem personalidades negras mais influentes do mundo pela Mipad 100, uma entidade chancelada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2004, Margareth fundou a Associação Fábrica Cultural, uma entidade sem fins lucrativos, que atua nos eixos de Cultura, Educação e Sustentabilidade.
Defendida pela futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, a escolha é uma reedição da estratégia adotada no primeiro governo Lula, quando o petista nomeou o cantor Gilberto Gil para a pasta. A ideia é aproximar o Ministério da classe artística.
Camilo Santana — Educação
Professor e político filiado ao Partido dos Trabalhadores, Santana tem extensa carreira no poder público. Entre 2003 e 2004, ocupou o cargo da superintendência adjunta do Ibama no Ceará e, posteriormente, assumiu a secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará entre 2007 e 2010, no governo de Cid Gomes.
Concorreu ao governo do Ceará pela primeira vez em 2014 na coligação liderada por Cid juntamente com o PT, PROS e outros partidos — com Izolda Cela como vice na chapa, venceu com 53,35% dos votos válidos no segundo turno. A reeleição ao governo do Ceará foi com uma maior folga do que a votação em 2014: 79,96% dos votos. Santana concorreu nas eleições de 2022 a uma vaga no Senado e foi eleito com 3,3 milhões de votos totais.
Nísia Trindade — Saúde
É presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 2017. Sua graduação inicial foi em Ciências Sociais, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1980. Em 1989, tornou-se mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (atual Iesp), e em 1997 concluiu o doutorado em Sociologia na mesma instituição.
Nísia foi ainda diretora da Casa de Oswaldo Cruz entre 1998 e 2005, unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Na Editora Fiocruz, entre 2006 e 2011, atuou na implementação da Rede SciELO Livros, antes de assumir como vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, cargo que ocupou de 2011 a 2016.
Vinícius Marques de Carvalho — Controladoria-Geral da União
É doutor em Direito Comparado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne e professor no Departamento de Direito Comercial da Universidade de São Paulo (USP). Foi especialista em políticas públicas e gestão governamental do governo federal de 2006 a 2016, secretário de Direito Econômico entre 2011 e 2012, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016, e Yale Greenberg World Fellow em 2016.
Alexandre Padilha — Secretaria das Relações Institucionais
Quem assume novamente a Secretaria das Relações Institucionais a partir de 2023 é Alexandre Padilha. Médico formado pela Universidade de Campinas (Unicamp), Padilha se especializou em Infectologia pela USP.
Filiado ao PT, trabalhou na coordenação das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e 1994. Em 2011, o médico já havia assumido a Secretaria de Relações Institucionais, sendo o ministro da Coordenação Política do Governo Lula.
Na gestão de Dilma Rousseff, foi ministro da Saúde entre 2011 e 2014. No ano seguinte, na prefeitura de São Paulo durante a gestão de Fernando Haddad, exerceu o papel de secretário de Saúde do Município até 2016. Em 2018, ainda foi eleito deputado federal por São Paulo.
Márcio França — Portos e Aeroportos
Nascido em Santos, em 1963, e formado em Direito, filiou-se ao PSB em 1998 e nunca trocou de partido. Foi vereador e prefeito de São Vicente, no litoral paulista, por dois mandatos. Elegeu-se deputado federal em 2007.
Em 2011, assumiu a secretaria de Esporte, Lazer e Turismo no governo de Geraldo Alckmin. Em 2014, foi vice de Alckmin, assumindo também a secretaria estadual de Desenvolvimento. Em 2018, assumiu o governo paulista quando Alckmin concorreu à presidência, mas França perdeu as eleições estaduais daquele ano para João Dória. Chegou a se candidatar ao governo de São Paulo em 2022, mas deixou a disputa para apoiar Fernando Haddad (PT) e tentar uma vaga no Senado. Não foi eleito.
Anielle Franco — Igualdade Racial
A ativista Anielle Franco é irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018, junto de Anderson Gomes, seu motorista. A ativista integrou o grupo temático de Mulheres na transição e tinha interesse em assumir essa pasta.
Anielle tem 37 anos, é graduada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e em Jornalismo pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA. Em 2010, concluiu mestrado em Relações Étnico-Raciais, no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).
Até o assassinato de Marielle, Anielle atuava principalmente como professora, além de colaborar nas atividades políticas da irmã. Após o homicídio, em 2018, ela articulou a criação do Instituto Marielle Franco, o qual dirige até hoje.
Esther Dweck — Gestão
É doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde 2009, é professora adjunta do Instituto de Economia da UFRJ. Entre 2007 e 2009, foi professora substituta na Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Ligada ao Partido dos Trabalhadores, Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos da presidente Dilma Rousseff.
Geraldo Alckmin — Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Vice-presidente eleito do Brasil, governador de São Paulo por quatro mandatos, foi deputado federal e prefeito de Pindamonhangaba (SP). Coordenou a equipe de transição após a vitória da chapa no segundo turno das eleições. Estudioso de assuntos como reforma tributária, tem bom trânsito no setor produtivo e, na avaliação de Lula, pode atuar como um facilitador do diálogo do governo com o mundo industrial.
Cida Gonçalves — Mulher
Nascida no interior de São Paulo, Aparecida Gonçalves participou da equipe de transição. Especialista em gênero e violência contra mulher, foi secretária nacional do enfrentamento à violência contra mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef e ajudou a fundar a Central dos Movimentos Populares no Brasil. Trabalha como consultora em políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica e dá workshops a prefeituras e governos estaduais para atuação na área.
Chegou a se candidatar pelo PT à deputada constituinte, em 1986, sendo a única mulher a disputar esse espaço. Nos anos de 1988 e 2000, também foi candidata pelo PT à vereadora no Mato Grosso do Sul.
Luciana Santos — Ciência e Tecnologia
Tem 57 anos, é engenheira e começou sua trajetória política no movimento estudantil. Presidente nacional do PC do B, um dos partidos que estiveram com Lula na campanha eleitoral e que integrarão a base parlamentar do petista, integrou o conselho político da equipe de transição.
Natural do Recife, é ex-deputada estadual e federal. Também foi secretária estadual de Ciência e Tecnologia. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, em 2018. Na última eleição, concorreu novamente a vice-governadora, mas não se elegeu.
Wellington Dias — Desenvolvimento Social
Quatro vezes governador do Piauí e eleito senador duas vezes pelo Estado, também foi deputado federal e estadual. Desbancou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) na disputa pelo comando da pasta, que abriga o programa Bolsa Família e o Orçamento.
Dias afirmou que a prioridade do Ministério de Desenvolvimento Social será tirar o Brasil novamente do mapa da fome e "cuidar das pessoas, das famílias e de quem mais precisa com a transferência de renda".
Silvio Almeida — Direitos Humanos
Descrito por acadêmicos como um dos maiores intelectuais brasileiros da sua geração, o jurista e filósofo é reconhecido por um grande trabalho na luta antirracista. Autor do livro Racismo Estrutural, publicado em 2019 e um dos trabalhos mais influentes sobre o tema, é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), presidente do Instituto Luiz Gama e do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). Também é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Mackenzie, além de professor visitante da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Luiz Marinho — Trabalho
Foi prefeito de São Bernardo do Campo (SP), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ministro do Trabalho no governo PT, de 2003 a 2007, e depois ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula.
Também é presidente do diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal pelo Estado. Marinho aceitou o convite após articulação de centrais sindicais ligadas ao partido.
Jorge Messias — Advocacia-Geral da União
Procurador da Fazenda Nacional, integrou a equipe de transição de Lula. Ele participou do grupo técnico de transparência, integridade e controle. Atuou nas áreas jurídicas de diversos ministérios, entre eles o da Educação, a Casa Civil e o da Ciência e Tecnologia. No governo de Dilma Rousseff, foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, quando se tornou conhecido pela pronúncia errada de seu nome em um episódio envolvendo Lula.
Márcio Macêdo — Secretaria-Geral da Presidência
É biólogo pela Universidade Federal do Sergipe e foi eleito deputado federal nas eleições de 2010. Também ocupou o cargo de presidente dos Diretórios Municipal de Aracaju e Estadual de Sergipe do PT. Foi secretário municipal de Participação popular de Aracaju e superintendente do Ibama em Sergipe.
Entre 2007 e 2010, foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe na gestão do então governador Marcelo Déda. Em 2015, foi tesoureiro do PT, permanecendo no cargo até 2020. Atualmente, é um dos vice-presidentes nacionais do Partido dos Trabalhadores.
Secretaria de Comunicação Social - Paulo Pimenta
É formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi vereador em Santa Maria, deputado estadual no Rio Grande do Sul e foi eleito para o 5º mandato como deputado federal.
Ministério da Agricultura e Pecuária - Carlos Fávaro
Senador eleito pelo Mato Grosso e agricultor. Foi vice-presidente da Aprosoja e vice-governador do Mato Grosso. Fávaro coordenou o grupo técnico da Agricultura da equipe de transição e também foi coordenador de assuntos relacionados ao agro da campanha petista.
Com mandato vigente até 2027, o senador tem forte ligação com o agronegócio porque, além de ser produtor rural, foi presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). No Congresso, é atuante em pautas ligadas ao setor, apesar de não compor a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Atualmente, é relator do projeto de lei do novo marco da regularização fundiária - defendido pelo setor produtivo. Possui também experiência no Executivo, já que foi vice-governador de Mato Grosso, de 2015 a 2018.
Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes
Eleito quatro vezes governador do Amapá. Waldez Góes presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. Também foi deputado estadual.
Ministério da Pesca e Aquicultura - André de Paula
Foi seis vezes deputado federal por Pernambuco, além de deputado estadual, vereador e secretário estadual do Trabalho e Ação Social, da Produção Rural e Reforma Agrária e da Cidades.
André de Paula foi uma indicação da bancada do PSD na Câmara, que tem 42 deputados, um número considerado expressivo e fundamental para Lula aprovar os projetos de interesse do Executivo.
O nome dele para a pasta da Pesca e Aquicultura foi definido após um acordo para que PSD, União Brasil e MDB ficassem com três ministérios cada, como forma de melhorar a governabilidade a partir do ano que vem.
Ministério da Previdência Social - Carlos Lupi
Foi deputado federal e ministro do Trabalho nos governos Lula e Dilma Rousseff, além de secretário de Transportes da prefeitura do Rio de Janeiro e primeiro suplente do ex-senador Saturnino Braga. É o presidente do PDT desde 2004.
A pasta da Previdência Social será recriada pelo governo Lula. Atualmente, está integrada ao Ministério do Trabalho.
Ministério das Cidades - Jader Filho
Empresário do setor de comunicações e presidente do MDB do Pará. Filho do senador Jader Barbalho e irmão de Helder Barbalho, governador do Pará, Jader Filho é uma indicação do MDB da Câmara.
Ministério das Comunicações - Juscelino Filho
Médico especializado em radiologia e diagnóstico por imagem, foi eleito para ser deputado federal por Maranhão em 2014, tendo sido reeleito em 2018 e nas eleições gerais deste ano. É filho de Juscelino Rezende, que foi prefeito por dois mandatos na cidade maranhense de Vitorino Freire.
A pasta comandada por Juscelino Filho perderá a Secretaria de Comunicação Social (Secom), que voltará a ter status de ministério.
Ministério de Minas e Energia - Alexandre Silveira
Senador por Minas Gerais. Foi deputado federal e diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e secretário estadual em Minas Gerais.
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar - Paulo Teixeira
Eleito quatro vezes deputado federal por São Paulo, secretário-geral do PT e ex-secretário de Transportes da cidade de São Paulo.
Paulo Teixeira é advogado com mestrado em Direito Constitucional.
O ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar também será recriado pelo governo Lula.
Ministério do Esporte - Ana Moser
Medalhista olímpica, ex-atleta de vôlei, presidente e fundadora do Instituto Esporte e Educação, que atua com esporte educacional em comunidades de baixa renda.
Ana Moser também na Comissão Nacional de Atletas do Conselho Nacional de Esportes.
Ministério do Meio Ambiente - Marina Silva
É deputada federal eleita por São Paulo. Foi ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, nos dois primeiros governos de Lula. Concorreu à Presidência da República em três ocasiões - em 2010 (PV), 2014 (PSB) e 2018 (Rede) - nas quais enfrentou inclusive fortes ataques petistas. Reconciliada com o PT, Marina acompanhou o já eleito Lula na Cúpula do Clima (COP 27) realizada no Egito em novembro.
Marina tem grandes expectativas de que o tema não estará restrito apenas à pasta e recebeu a promessa de Lula de que o meio ambiente fará parte de todo o governo, de forma transversal. Num evento em Brasília no mês passado, ela foi questionada por que acreditaria que as coisas se dariam dessa forma e respondeu que o mundo mudou desde os outros mandatos de Lula e que hoje o presidente eleito, que "não é negacionista", percebeu a importância da sustentabilidade para o país, seu governo e a sua imagem no exterior.
Ministério do Planejamento e Orçamento - Simone Tebet
É senadora pelo Mato Grosso do Sul, foi prefeita de Três Lagoas e candidata a presidenta pelo MDB, apoiando Lula no segundo turno. Simone também participou da equipe de transição do novo governo na área de desenvolvimento social.
Ministério do Turismo - Daniela do Waguinho
Foi secretária de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo e eleita para o segundo mandato de deputada federal, como a deputada mais votada do Rio de Janeiro.
Ministério dos Povos Indígenas - Sonia Guajajara
É da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão e deputada federal eleita por São Paulo. Foi coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Crítica ao governo de Jair Bolsonaro, Sônia destacou os problemas durante a atual gestão e enfatizou no Egito que denunciou o atual governo pelos crimes de "ecocídio" e genocídio no Tribunal de Haia.
A futura ministra já destacou que sua pasta deve ter uma atuação mais de articulação do que de execução em 2023 e está resiliente que secretarias e órgãos importantes para esses povos, como a Funai e a Secretaria da Saúde Indígena, seguirão em outros ministérios, como ocorre hoje - nestes casos, na Justiça e Saúde, respectivamente.
Ministério dos Transportes - Renan Filho
Governador de Alagoas por dois mandatos, prefeito de Murici, deputado federal e eleito senador por Alagoas. É economista, formado pela Universidade de Brasília.
Filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho iniciou sua trajetória política em 2003.
A pasta chefiada por ele ficará responsável pelas políticas nacionais de trânsito e de transportes ferroviário e rodoviário.
Gabinete de Segurança Institucional - General Gonçalves Dias
É general da reserva, chefiou a segurança da presidência nos governos Lula. Foi comandante da 6ª Região Militar. Homem de confiança de Lula, ele coordenou a segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos.