O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse neste domingo (1º), concluiu no início da tarde desta quinta-feira (29) o anúncio dos ministros indicados para sua gestão. Com isso, o novo governo consagrou um novo recorde ao anunciar o maior número de mulheres a ocuparem o cargo em uma gestão, totalizando 11. Com informações do G1.
Até então o recorde pertencia à Dilma Rousseff, que durante seu primeiro mandato (2011-2014) nomeou seis ministras e, seis meses depois, indicou outras quatro, totalizando 10 mulheres nos ministérios. Lula também já empossou 10 mulheres ao cargo, mas durante dois mandatos, entre 2003 e 2010.
As novas ministras nomeadas por Lula assumirão no primeiro dia do governo. Entre as indicadas, estão nomes conhecidos dos brasileiros, como a senadora do Mato Grosso do Sul Simone Tebet, que também concorreu como presidente no primeiro turno das eleições de 2022, Marina Silva, ex-senadora e ex-deputada federal de São Paulo, e a cantora baiana Margareth Menezes, que assumirá o ministério da Cultura.
Confira a lista completa com as 11 ministras indicadas por Lula e a pasta que ficarão responsáveis:
- Ana Moser: ministra do Esporte
- Anielle Franco: ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
- Cida Gonçalves: ministra das Mulheres
- Daniela de Waguinho: ministra do Turismo
- Esther Dweck: ministra da Gestão
- Luciana Santos: ministra de Ciência e Tecnologia
- Margareth Menezes: ministra da Cultura
- Marina Silva: ministra do Meio Ambiente
- Nísia Trindade: ministra da Saúde
- Simone Tebet: ministra do Planejamento e Orçamento
- Sônia Guajajara: ministra dos Povos Indígenas
Entre as indicadas, somente Marina Silva já teve experiência como ministra, de 2003 a 2008 no Meio Ambiente.
Número de mulheres nos governos anteriores
Desde o período da redemocratização, ocorrido após o fim da ditadura em 1985, 38 mulheres já foram nomeadas como ministras de Estado ou secretárias. No entanto, esse número ainda é baixo perto da quantidade de homens que assumem o posto.
Veja uma lista com o número de ministras indicadas nos governos pós-ditadura militar:
- Governo Sarney (1985-1990): Durante os cinco anos de governo Sarney, 79 pessoas ocuparam algum dos 34 ministérios e órgãos vinculados à presidência. No entanto, desse total, somente uma mulher chegou ao cargo, a economista Dorothea Werneck (Ministério do Trabalho).
- Governo Collor (1991-1992): Nesses dois anos de um governo que foi interrompido por um impeachment, houve 17 ministérios e três secretárias de status ministerial. Ao todo, 23 pessoas assumirão o cargo, mas somente duas mulheres, Zélia Cardoso de Melo (Ministério da Economia) e Margarida Coimbra (Ministério da Ação Social).
- Governo Itamar Franco (1992-1994): Nessa gestão, houve 23 postos com status ministerial. Para assumir a função, foram nomeadas 59 pessoas, mas somente duas eram mulheres, Margarida Coimbra (Ministério dos Transportes) e Yeda Crusius (Ministério do Planejamento).
- Primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998): No primeiro mandato de FHC, houve a nomeação de 58 ministros para ocupar funções em 31 ministérios. Desse total, somente uma era mulher, Dorothea Werneck (Secretária de Desenvolvimento, Indústria e Turismo), que já havia sido ministra na gestão de Sarney.
- Segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1999- 2002): No segundo mandato de FCH, foram 28 órgãos com status ministerial e 63 nomeados para a função. Assim como na primeira gestão, somente uma mulher foi indicada, a socióloga Mary Dayse Kinzo (Ministério de Integração Nacional).
- Primeiro governo de Lula (2003 - 2006): Em seu primeiro mandato, Luis Inácio Lula da Silva nomeou 71 ministros para ocuparem vagas em 37 pastas. Desse total, cinco mulheres foram indicadas: Benedita da Silva (Secretaria de Assistência e Promoção Social), Dilma Rousseff (Ministério de Minas e Energia), Emília Fernandes (Secretária Nacional de Políticas para Mulheres), Marina Silva (Ministério do Meio Ambiente) e Matilde Ribeiro (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial).
- Segundo governo de Lula (2007-2010): No segundo mandato de Lula, foram 71 indicados para ocuparem vagas em 37 postos federais. Desse total, outras quatro mulheres foram indicadas: Erenice Guerra (Casa Civil), Izabella Teixeira (Ministério do Meio Ambiente), Márcia Lopes (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Marta Suplicy (Ministério do Turismo). Já Dilma Rousseff, Marina Silva, Matilde Ribeiro e Nilcea Freire mantiveram seus postos.
- Primeiro governo Dilma (2011- 2014): Em seu primeiro mandato, Dilma indicou nove mulheres como ministras, o que representou um recorde na época: Ana de Holanda (Ministério da Cultura), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social), Ideli Salvatii (Ministério da Pesca e Aquicultura), Iriny Lopes (Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres), Izabela Teixeira (Ministério do Meio Ambiente), Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), Maria do Rosário (Ministério de Direitos Humanos), Miriam Belchior (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão) e Tereza Campello (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome).
- Segundo governo Dilma (2015 - 2016): Na sua segunda gestão, que foi interrompida por um impeachment, Dilma manteve quatro ministras eleitas no primeiro mandato e nomeou outras duas: Kátia Abreu (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Inês Magalhães (Ministério das Cidades).
- Governo Temer (2016-2018): Na gestão de Michel Temer, entre os 31 ministros nomeados somente duas eram mulheres: Fátima Pelaes (Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres) e Luislinda Valois (Ministério de Direitos Humanos).
- Governo Bolsonaro (2019-2022): Em quatro anos de mandato, Jair Messias Bolsonaro só nomeou quatro mulheres como ministras: Damares Alves (Ministério de Direitos Humanos), Cristiane Brito (substituiu Damares), Flávia Arruda (ministra-chefe da Secretaria do Governo) e Tereza Cristina (Ministério da Agricultura).