Cercado de aliados e ovacionado por eleitores, o presidente Jair Bolsonaro visitou a 44ª Expointer, em Esteio, neste sábado (11), em sua primeira viagem após os atos de 7 de Setembro e o recuo nos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Aos gritos de "mito", o chefe do Executivo reviveu o clima da campanha eleitoral de 2018, quando esteve no evento pela última vez, ainda como candidato.
Até o meio-dia, quando se deslocou para almoço fechado a convidados na casa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Bolsonaro evitou os jornalistas e não concedeu entrevista coletiva. Ele chegou ao Parque de Exposições Assis Brasil pouco antes das 11h.
Acompanhado de parlamentares amigos, de um dos filhos, Carlos Bolsonaro, e de ao menos três ministros, o chefe do Executivo caminhou pela feira por cerca de uma hora, passando pelo estande do Banco do Brasil, pelo pavilhão dos grandes animais e pelo espaço internacional, onde fica a área do Ministério da Agricultura.
Longe da imprensa, que permaneceu isolada em locais cercados, Bolsonaro cumprimentou simpatizantes, sorriu, retribuiu acenos e posou para selfies.
— Tamo contigo, presidente! Mito, mito! — gritavam os fãs.
Apesar de limitado, o público que teve acesso à área monitorada pela equipe de segurança foi efusivo na recepção. Não houve sinais de críticas, ainda que a declaração à nação, divulgada na última quinta-feira pelo mandatário, tenha dividido bolsonaristas. No texto, Bolsonaro afirmou que não teve a intenção de “agredir quaisquer dos poderes” e que suas palavras “decorreram do calor do momento”.
Na Expointer, escudeiros políticos reforçaram os elogios e defenderam as atitudes do líder. O senador Luis Carlos Heinze, que acompanhou o roteiro, negou ter sido uma "semana ruim" para o governante:
— Bolsonaro é o presidente. Ele foi consciente. Os ministros (do STF) é que não foram.
Na mesma linha, o ex-senador Magno Malta ressaltou que Bolsonaro agiu de forma "responsável".
— O presidente fez o que era certo — afirmou Malta.
Medalha do Mérito Farroupilha
Após a caminhada, Bolsonaro recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha, distinção máxima oferecida pela Assembleia Legislativa, discursou na cerimônia fechada – com transmissão pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) – e participou de um almoço na Farsul, com políticos e líderes do agronegócio.
– O nosso governo não quer atrapalhar o agronegócio. Deixamos o campo completamente livre –enfatizou o presidente no discurso, exaltando em seguida a atuação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Bolsonaro deixou o parque de carro, às 13h50min, em direção ao aeroporto Salgado Filho para retornar a Brasília. Foi de pé, junto à porta traseira, abanando para o público. De longe, uma repórter pediu entrevista. Em resposta, o presidente fez sinal de coração com as mãos e se despediu.