Visivelmente irritado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) mandou a população brasileira enfiar as máscaras de proteção contra a covid-19 "no rabo". Em uma aparição ao vivo que fez em seu perfil pelo Instagram, o filho do presidente Jair Bolsonaro criticou o uso do principal item de proteção contra a contaminação do vírus que, dia após dia, causa recordes de mortes no país.
— Eu acho uma pena, né, (que) essa imprensa mequetrefe que a gente tem aqui no Brasil fique dando conta de cobrir apenas a máscara. "Ah a máscara, está sem máscara, está com máscara". Enfia no rabo, gente, porra! A gente está lá trabalhando, ralando — afirmou o deputado, que retornava da viagem a Israel.
As declarações de Eduardo foram feitas no dia em que Bolsonaro mudou o discurso, usou máscara e passou a defender as vacinas. Nesta quarta-feira, 10, o Brasil também atingiu mais um recorde de mortes: pela primeira vez foram registradas 2.349 mortes por covid-19 em 24 horas.
Em tom agressivo, enquanto seguia em um carro no banco de carona, o deputado comentou, ainda, o caso das rachadinhas de Fabrício Queiroz e a compra de uma mansão de R$ 6 milhões por seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
— Você, retardado mental, que fica falando "o problema são os filhos, cadê o Queiroz?", pagou o apartamento R$ 50 mil em dinheiro. Seu animal, larga de ser um peão neste tabuleiro de xadrez chamado política e começa a pensar um pouquinho, ver o perigo que está por vir e ver como o sistema trabalha porque não dá ponto sem nó, não. Fique com Deus e não consuma cachaça em excesso igual a uns e outros aí — disse.
Eduardo Bolsonaro também afirmou que iria comentar o resultado da viagem que fez com uma comitiva para conhecer o spray contra a covid-19 em testes iniciais em Israel. Na prática, porém, o que acabou dizendo é que o Brasil é que está desenvolvendo a sua vacina. E não só uma, mas três vacinas próprias.
— Você sabia que o Brasil está desenvolvendo três vacinas? A vacina brasileira ainda está em desenvolvimento, não é para agora — comentou ele, acrescentando que o Brasil terá seu próprio spray e que outros países deverão vir ao país comprar esse produto.
Ele não deu nenhum detalhe sobre o que estava falando.
— É importante a gente dominar essa tecnologia e dominar, ter a vacina brasileira. Além disso, isso coloca o Brasil em outro patamar internacional. Ao invés de nós irmos atrás de outros países, eles é que virão atrás de nós. Pode ser inaugurada uma vacina que não precise mais de insumos de outros países. Os israelenses gostaram muito disso — afirmou.
Além do spray definido pelo presidente de "milagroso", que atuaria em conjunto com uma vacina, Eduardo disse que o Brasil tem uma segunda tecnologia em análise, com efeito "dois em um", que curaria covid-19 e influenza. O spray israelense ainda carece de testes científicos que comprovem sua eficácia.
— A terceira vacina vai diretamente em seu sistema imunológico. O Brasil está desenvolvendo tecnologia nesta área — observou, sem nenhum detalhe, data ou previsão de testes.
— Depois que está a invenção feita, aí tá o mundo inteiro correndo atrás da vacina, o mundo inteiro correndo atrás dos insumos... Aí já era. Isso que a gente foi fazer em Israel é à semelhança do que ocorreu com a vacina de Oxford. É chegar primeiro, chegar no começo. Quando estávamos saindo de Israel, estava chegando uma delegação de outro país, da República Checa — disse o deputado.
— Já procurou Israel não só a Grécia, mas também a Dinamarca, o Chipre, e alguns outros países. Acho que a Áustria também. Então, onde há tecnologia, o mundo inteiro está proativamente se deslocando.