O homem procurado pela polícia suspeito de matar a ex-companheira e o ex-sogro na noite de terça-feira (7), no bairro São José, em Porto Alegre, estava preso até o dia 13 de dezembro, quando foi solto, com uso de tornozeleira eletrônica. As duas vítimas foram identificadas como Keslem Mordini Menger, 19 anos, e o pai dela, Adilson Menger, 52.
Segundo a Polícia Civil, o investigado possui extensa ficha criminal. Contudo, até a prisão, não havia nenhum registro de crime relacionado à violência doméstica. A tornozeleira que o homem utilizava era por estar no regime semiaberto e não do programa que monitora agressores de mulheres.
— Ele foi preso e solto por outros crimes que não se relacionam à violência doméstica, principalmente por tráfico de drogas, porte de armas e homicídio. Em dezembro, ele foi colocado no semiaberto com tornozeleira eletrônica — afirmou a delegada Cristiane Pires Ramos, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher.
Agressões e medida protetiva
Logo após a soltura do suspeito, Keslem passou a receber ameaças, até o fim de dezembro, quando a mulher foi agredida fisicamente, de acordo com a polícia.
— Ele a levou para a casa, ficou algumas horas com ela e, nessa ocasião, praticou diversas violências, como socos, chutes, pontapés. Em razão dessa lesão corporal, ela registrou o fato e solicitou medida protetiva. Nós tínhamos uma medida protetiva em vigor — disse a delegada, sobre o registro feito no dia 23 de dezembro.
Dias antes, o próprio suspeito havia registrado uma ocorrência no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente afirmando que a ex-companheira era negligente com os filhos do casal, uma menina de três anos e um menino de oito meses.
Em busca de mais segurança após as ameaças e agressões, Keslem se mudou para a casa do pai dela, no bairro São José. Conforme a investigação, o homem invadiu o local na terça-feira à noite e disparou pelo menos quatro vezes contra cada uma das vítimas. A principal suspeita é de que Adilson tentou defender a filha do agressor.
Os dois filhos do casal estavam na residência e presenciaram o crime. Até o momento, o homem, que não teve a identidade divulgada, é considerado procurado e não foi localizado.
Pelo menos três feminicídios em 2025
Esse é o terceiro feminicídio registrado no Rio Grande do Sul neste ano de 2025.
- Domingo — Ijuí, no noroeste do RS
A vítima é Liane Prauchner, 59 anos. Adoniran de Castro Claro, 52, também foi encontrado morto. A suspeita da polícia é de que seja um caso de feminicídio seguido de suicídio.
- Segunda-feira — Caxias do Sul, Serra
O corpo de Kelly Rodrigues da Rosa, 29 anos, foi encontrado com marcas de tiros em uma residência no bairro Charqueadas. Um homem de 41 anos também foi encontrado morto no local. Ele era o companheiro de Kelly, em um relacionamento recente. É investigado como um possível feminicídio seguido de suicídio.