Em breve pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou o compromisso com o teto de gastos e com as reformas, incluindo a administrativa. O discurso ocorreu após reunião com a equipe econômica, incluindo o ministro Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
— Respeitamos o teto dos gastos, queremos a responsabilidade fiscal, e o Brasil tem como realmente ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise — reafirmou o presidente.
Bolsonaro também disse que o governo está empenhado para buscar soluções, destravar a economia e "colocar o Brasil no lugar que ele sempre mereceu estar".
Antes do pronunciamento, o presidente reuniu, além de Guedes, Maia e Alcolumbre, os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O novo líder do governo na Câmara, escolhido nesta quarta-feira por Bolsonaro, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o líder no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes, e o ex-líder deputado Major Vitor Hugo também estavam lá.
No discurso, Bolsonaro informou que “assuntos variados foram tratados” no encontro, como privatizações e a reforma administrativa. O encontro foi convocado um dia após ocorrer uma "debandada" na equipe do Ministério da Economia, e Guedes deixar mais explícita a divergência com colegas da Esplanada.
A demora nos processos de privatização de estatais fez com o secretário Salim Mattar, que cuidava dessa área no ministério, pedisse demissão nesta terça-feira (11). O secretário de Desburocratização, Paulo Uebel, saiu também devido à lentidão do governo em emplacar a discussão sobre a reforma administrativa, que sequer foi enviada para o Congresso.
Maia e Alcolumbre também discursaram após manifestação de Bolsonaro.
— Foi uma importante reunião para reafirmamos o nosso compromisso com o teto de gastos, o compromisso com a boa qualidade do gasto público — afirmou Maia.
— Junto com isso, claro, outras reformas como a tributária, que a gente vem discutindo, trabalhando em conjunto com o governo e com o Senado. E, claro a reforma administrativa, que eu espero que, assim que o presidente entender, é importante. A Câmara dos Deputados está pronta para debater, para discutir e para aprovar uma reforma que tem apenas um objetivo: melhorar a qualidade do gasto público e, principalmente, a qualidade do serviço público. Isso passa por uma reforma administrativa — completou.
Pela manhã, horas após a demissão dos dois secretários do Ministério da Economia, Bolsonaro publicou na internet que defende privatizar empresas deficitárias, "bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada". Afirmou também que "privatizar está longe de ser, simplesmente, pegar uma estatal e colocá-la numa prateleira para aquele que der mais levá-la para casa"